Folha de S. Paulo


Cresce o nº de homicídios e de assaltos em abril no Estado do Rio

A secretaria de Segurança Pública do Rio divulgou hoje as estatísticas de criminalidade referentes ao mês de abril. Nos índices divulgados houve um aumento em vários delitos considerados estratégicos pelo governo para a política de segurança no Estado: homicídios dolosos (com intenção de matar), roubos de rua (a soma de roubos a pessoas, em ônibus e de aparelhos celulares) e roubo de veículos.

O maior aumento foi registrado nos homicídios: 22,1% dos casos. Em abril de 2012, 340 pessoas foram mortas no Rio. Em abril deste ano foram 415. No caso de roubos de rua, 5.742 pessoas foram assaltadas em abril deste ano contra 5.068 no mesmo mês de 2012, representando um crescimento de 13% nos delitos.

No caso de roubos de veículos, houve 2.161 em abril de 2013. No ano passado foram 2.061, ou seja, algo em torno de 5% de crescimento.

O que chama a atenção nas estatísticas é no quesito roubo de rua. Contabilizados apenas os roubos a pessoas 4.925 foram assaltadas em abril deste ano nas ruas do Rio. Isso representa que, por dia, 164 pessoas são roubadas no Estado. Em 2012, em abril, eram 142 por dia.

O aumento dos índices de criminalidade levou a uma reunião de avaliação, na tarde de hoje, no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio. Além do governador Sérgio Cabral e do secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame participaram ainda a Chefe de Polícia Civil, a delegada Martha Rocha; o comandante da Polícia Militar, o coronel Erir Ribeiro da Costa Filho; além de comandantes de batalhão e de delegados de polícia. A ideia é dar uma espécie de choque em delegacias e batalhões da Baixada Fluminense.

No governo do Rio é consenso de que o aumento da violência na Baixada ajudou a puxar os índices para cima. Por isso, a partir de agora, em cada turma de PMs que se forma, cerca de 20% a 30% serão deslocados para os batalhões da região. O restante continua sendo enviado para servir nas UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora).

Há dois anos, pelo menos, que os PMs formados estavam sendo enviados apenas para as UPPs, deixando os batalhões convencionais sofrendo com a perda de policiamento. Um estudo interno da PM do Rio revela a cada ano a corporação perde cerca de 1.400 policiais do seu efetivo que deixam a corporação por doenças, morrem ou se aposentam.

Em batalhões nas cidades de Duque de Caxias e de Nova Iguaçu, por exemplo, a relação policial/habitante é de um PM para cada 1.800 a 2.000 pessoas, respectivamente. A reunião também serviu para decidir que 1.600 novos policiais civis serão enviados para a região. Aumentando assim o efetivo das delegacias e ajudando a formar uma equipe especializada na investigação de homicídios.

De imediato, se definiu a criação de um núcleo da Delegacia de Homicídios em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e outro em Niterói, na região metropolitana. Os núcleos começarão a funcionar em até 15 dias. Em 2014, com sedes construídas, os núcleos passam a ser delegacias especializadas para investigação de homicídios nestas regiões do Estado do Rio.

"Um mês isolado é sempre um período muito curto para avaliar as causas deste aumento. Mas entendemos que já tivemos reduções agressivas em nossas estatísticas e que hoje há uma tendência de estabilização e até de pequeno aumento em alguns casos. Olhando assim, de forma isolada, não foi bom. Essa reunião de hoje serviu para identificar o problema e tentar reverter com a tomada de decisões que trarão um reflexo maior no segundo semestre. Estamos garantindo recursos humanos para as unidades daquela região e isso vai resultar, aos poucos, em um impacto importante para a redução dos índices", afirmou o subsecretário de Planejamento Operacional, Roberto Sá.


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