Folha de S. Paulo


Protesto contra aumento das tarifas termina com 20 detidos em SP

O novo protesto contra o aumento das tarifas de ônibus, metrô e trem terminou com 20 pessoas detidas em São Paulo. Mais cedo, foram registrados confrontos entre manifestantes e policiais militares, e o ato deixou um rastro de vandalismo na região central.

Os detidos foram encaminhados para o 78º DP (Jardins), e a fiança deles foi fixada em valores de até R$ 20 mil. Foram apreendidos pela polícia objetos como fogos de artifício, placas, máscara de gás, extintores de incêndio e até um bicicleta.

Repórter da Folha é detido durante protesto na av. Paulista, em SP
Manifestantes fecham pista da Paulista e voltam a entrar em confronto

A avenida Paulista foi liberada para o tráfego apenas por volta das 23h, após o término do protesto. A via, no entanto, ficou com um rastro de vandalismo, com vidros quebrados e pichações em agências bancárias, lojas, estações de metrô e base da PM.

Os cerca de 5.000 manifestantes começaram o ato por volta das 17h na praça do Ciclista, na avenida Paulista, e seguiram em passeata pela região central, passando pela Consolação, pela ligação leste-oeste, pela Liberdade, que tiveram interdições. O grupo também pichou muros e ônibus pelo caminho.

O primeiro confronto ocorreu no terminal Parque Dom Pedro 2º, quando um grupo de manifestantes furou o cerco da polícia e entrou no local, onde mais ônibus foram danificados. Uma parte do grupo jogou pedras contra a polícia, que respondeu com bombas de gás lacrimogêneo.

"Eu estava com 15 passageiros, o pessoal de capuz ameaçou atear fogo. Pedi para o pessoal sair e aí eles destruíram todo o ônibus. Meteram pedra de cima abaixo", disse o motorista de um veículo da linha 435 da EMTU (Diadema-25 de Março).

Os manifestantes se dividiram em grupos menores, mas novos confrontos foram registrados em pontos isolados, como na praça da Sé. Mais tarde, parte das pessoas voltou a se reunir na avenida Brigadeiro Luís Antônio, em direção à avenida Paulista, onde novos confrontos foram registrados.

Um carro que passava pela avenida Paulista no momento da confusão acabou atropelando dois manifestantes. O motorista fugiu em seguida, mas o casal atingido não teve ferimentos graves.

Esse é o terceiro protesto feito contra o aumento das passagens de ônibus em menos de uma semana. Na quinta-feira, manifestantes liderados pelo Movimento Passe Livre fecharam avenidas como a Nove de Julho, a 23 de Maio e a Paulista. Houve confronto com a PM e os manifestantes deixaram um rastro de vandalismo.

A passagem foi reajustada de R$ 3 para R$ 3,20 no último dia 2. A inflação desde o último aumento nos ônibus da capital, em janeiro de 2011, foi de 15,5%, de acordo com o IPCA (índice oficial, calculado pelo IBGE). No caso do Metrô e dos trens, o último reajuste ocorreu em fevereiro de 2012. Se optassem por repor toda a inflação oficial, a gestão Fernando Haddad (PT) teria de elevar a tarifa para R$ 3,47 e o governo Alckmin, para R$ 3,24.


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