Folha de S. Paulo


PM detém ciclista durante protesto contra as tarifas no centro de SP

A Polícia Militar deteve um homem no fim da tarde desta terça-feira durante o protesto contra o aumento das tarifas de ônibus. O homem estava de bicicleta e tentou burlar o cerco da PM e invadir a única faixa da rua da Consolação que permanecia liberada com a manifestação.

O homem foi derrubado pela polícia, levado ao canteiro centro da rua e algemado. Outros manifestantes tentaram interceder com a polícia para que ele foi solto, o que provocou um princípio de confusão. O homem, porém, deve ser encaminhado para o 78º DP (Jardins).

Manifestantes fazem passeata até a prefeitura contra a tarifa de ônibus
Metrô reforça segurança nas entradas das estações da Paulista

O grupo segue em direção à Prefeitura de São Paulo, no viaduto do Chá. Ele havia se concentrado na praça do Ciclista, na avenida Paulista, de onde saiu em passeata. O caminho escolhido pelos manifestantes contrariou o pedido da Polícia Militar, que queria o grupo descendo pela rua Augusta.

Apesar disso, o protesto era pacífico. Um carro dos bombeiros foi deslocado para o local, mas apenas preventivamente, segundo o corporação. Mais cedo houve empurrões de PMs na tentativa de evitar a ocupação da Paulista, mas não houve confronto.

Com a passagem dos manifestantes, algumas lojas da rua da Consolação fecharam as portas. No final da passeata, manifestantes fazem uma barreira entre o ato e os policiais militares, quem vêm na sequência.

Na Paulista, o protesto provocou o reforço da segurança na entradas das estações de metrô. Na manifestação da última quinta-feira (6), grupos chegaram a quebrar vidros, que continuam quebrados ainda hoje, apesar de terem ganhado um reforço. Na ocasião, o Metrô estimou prejuízo de R$ 73 mil.

Além da segurança reforçada no metrô, alguns prédios como o Safra, na esquina com a rua Augusta, colocaram grades diante da entrada, para evitar a aproximação dos manifestantes. Algumas empresas também liberaram os funcionários mais cedo para evitar o protesto.

Esse é o terceiro protesto feito contra o aumento das passagens de ônibus em menos de uma semana. Na quinta-feira, manifestantes liderados pelo Movimento Passe Livre fecharam avenidas como a Nove de Julho, a 23 de Maio e a Paulista. Houve confronto com a PM e os manifestantes deixaram um rastro de vandalismo.

A passagem foi reajustada de R$ 3 para R$ 3,20 no último dia 2. A inflação desde o último aumento nos ônibus da capital, em janeiro de 2011, foi de 15,5%, de acordo com o IPCA (índice oficial, calculado pelo IBGE). No caso do Metrô e dos trens, o último reajuste ocorreu em fevereiro de 2012. Se optassem por repor toda a inflação oficial, a gestão Fernando Haddad (PT) teria de elevar a tarifa para R$ 3,47 e o governo Alckmin, para R$ 3,24.


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