Folha de S. Paulo


Funcionários da USP fecham reitoria em protesto contra atrasos salariais

Funcionários terceirizados da USP (Universidade de São Paulo) tomaram a reitoria nesta manhã exigindo o pagamento de salários e benefícios que estão atrasados desde o começo do mês. A paralisação terminou por volta das 14h, mas os funcionários prometem um novo protesto para amanhã, a partir das 6h.

De acordo com o Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), cerca de 900 funcionários, entre terceirizados e efetivos, além de estudantes e alguns professores, fecharam o prédio da reitoria impedindo que outros funcionários entrassem como forma de pressionar a empresa Higilimp, responsável pela equipe terceirizada, a acertar os salários e benefícios.

"Eu vou no banco toda hora puxar o extrato e nada", disse Maria Lúcia, 53, auxiliar de limpeza que participou do protesto de hoje e do realizado ontem, às 11h, que contou com 300 pessoas.

A faxineira Raimunda Pereira Rodrigues, 54, contou que está pedindo dinheiro emprestado para conseguir pagar o aluguel em dia. "É salário atrasado, vale-refeição atrasado. Eu até tenho que pedir empréstimo para acertar o aluguel. Se eu dependesse só dessa empresa eu estava ferrada", contou a funcionária que faz bicos para completar a renda.

O protesto teve apoio de outros funcionários da USP que exigem a reabertura de negociação entre o Fórum das Seis (congrega as entidades representativas de funcionários, professores e estudantes da USP, Unicamp e Unesp) e o Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas).

A categoria pede reajuste salarial em 11%, além de política de permanência estudantil (moradia, bolsa estudo, assistência médica e transporte).

OUTRO LADO

Segundo a assessoria da USP, uma comissão está acompanhando as negociações com a empresa Higilimp. A companhia informou à Folha que um vírus prejudicou o banco de dados da empresa, afetando na folha de pagamento dos funcionários, mas que todos os salários e benefícios foram acertados no decorrer do dia.

A respeito das reivindicações do Fórum das Seis, a assessoria do Cruesp, que é presidido pelo reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, afirmou que concedeu no dia 14 de maio um reajuste de 5,39% --os funcionários exigem reajuste de 11%-- para docentes e servidores técnico administrativos das universidades. Em outra reunião realizada no dia 24 de maio ficou estabelecido um prazo de quatro meses para uma nova discussão.


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