Folha de S. Paulo


Grupo de crianças é obrigado a se refugiar durante reintegração de posse

Um grupo com cerca de 30 crianças teve de se refugiar em uma lanchonete durante confronto entre moradores de uma área invadida e a Polícia Militar em uma operação de reintegração de posse iniciada nesta manhã. A ação ocorreu na altura do número 5.000 da avenida do Cursino, zona sul de São Paulo.

As crianças, que seguiam para o Museu de Ciências da USP, estavam em um ônibus que quebrou e ficou por cerca de meia hora na região do conflito. A PM atirou bombas de efeito moral na direção dos moradores, que resistiam à reintegração. A fumaça invadiu o veículo, assustando o grupo, que foi levado às pressas para uma lanchonete e uma casa nas proximidades.

PM faz reintegração de posse de área ocupada na zona sul de SP

Segundo o capitão Luis Carlos Pardubsky, porta-voz da operação da PM, nenhum morador ficou ferido. Aproximadamente 200 policiais participam da operação.

De acordo com a CET, por volta das 14h, a faixa da direita da avenida do Cursino permanecia interditada entre as ruas Antônio Zequi e Padre Arlindo Vieira. Não há previsão de liberação.

REINTEGRAÇÃO

Policiais militares iniciaram na manhã desta terça-feira uma reintegração de posse em um terreno invadido na avenida do Cursino, próximo ao Parque Bristol, na zona sul de São Paulo.

Por volta das 6h, moradores da área fizeram barricadas na avenida e colocaram fogo. Bombeiros foram chamados para apagar as chamas. O trecho ficou interditado pela PM nos dois sentidos. Já os moradores bloquearam uma das entradas para o terreno, na rua Brigadeiro Amilcar Pederneiras, uma travessa da avenida Cursino.

Segundo André Araújo, advogado do movimento Sem Teto Cursino, que representa os moradores, cerca de mil famílias moram no local. A PM, no entanto, fala em cerca de 120 famílias.

O terreno, invadido pelas famílias há cerca de um mês, pertence à empresa Atua Projeto Imobiliário 12. A reintegração acontece com base em uma liminar expedida pela 3ª Vara Civil do Foro Regional do Jabaquara.

Araújo disse que o terreno tem 60 mil m2, dos quais 6 mil m2 foram decretados no último dia 15 como área de interesse social pela prefeitura. Essa área, segundo ele, não poderá ser reintegrada.

Moradores afirmaram que houve violência por parte da PM. Segundo a moradora Zelice Cardoso da Silva, 46, os policiais chegaram a afirmar que, se os moradores não deixassem o local pacificamente, tratores iriam destruir tudo dentro do terreno.

Segundo o capitão Luis Carlos Pardubsky, porta-voz da operação da PM, os pertences dos moradores vão ser retirados por funcionários da empresa dona do terreno e levados para um depósito particular.


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