Folha de S. Paulo


Em Paris, Alckmin diz que protesto que interrompe tráfego é caso de polícia

Poucas horas antes dos protestos marcados para ocorrer hoje (11) na avenida Paulista, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que está em viagem oficial a Paris, disse que interrupções no trânsito serão tratadas como "caso de polícia" e que a PM tem o dever de intervir para garantir a circulação.

Entre os grupos que deverão se manifestar estão os policiais civis, os servidores estaduais da saúde e o Movimento Passe Livre, contra o aumento das tarifas do transporte público. O protesto desta terça-feira deverá ser o terceiro em seis dias contra o aumento das passagens de ônibus, metrô e trem.

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"Uma coisa é movimento, que tem de ser respeitado, ouvido e dialogado [sic]. Isso é normal e é nosso dever fazê-lo. Outra coisa é vandalismo, [como] interromper artérias importantes da cidade, tirar o direito de ir e vir das pessoas, depredar o patrimônio público", disse o governador.

"Aí é caso de polícia e a polícia tem o dever de garantir a segurança das pessoas", completou, ao deixar um encontro com empresários franceses na Embaixada do Brasil em Paris.

A passagem foi reajustada de R$ 3 para R$ 3,20 no último dia 2. A inflação desde o último aumento nos ônibus da capital, em janeiro de 2011, foi de 15,5%, de acordo com o IPCA (índice oficial, calculado pelo IBGE). No caso do Metrô e dos trens, o último reajuste ocorreu em fevereiro de 2012. Se optassem por repor toda a inflação oficial, a gestão Fernando Haddad (PT) teria de elevar a tarifa para R$ 3,47 e o governo Alckmin, para R$ 3,24.

Alckmin voltou a defender o aumento. "Os reajustes de tarifa tanto de ônibus quanto metrô e trem foram menores que a inflação. Os ganhos de eficiência e produtividade foram transferidos ao usuário do sistema", afirmou.

Ontem (10), o prefeito Haddad, que também está na capital francesa, disse que a Polícia Militar e a GCM (Guarda Civil Metropolitana) estão acionadas para tentar impedir novas depredações e congestionamentos, como os ocorridos na semana passada.

Haddad anunciou um esquema especial da prefeitura para acompanhar o protesto de hoje. A vice-prefeita Nádia Campeão (PC do B) permaneceu em São Paulo para monitorar os protestos em uma sala de situação montada na prefeitura. A viagem dela a Paris também estava prevista, mas foi cancelada na última hora.

O petista e o tucano estão na capital francesa para apresentar a candidatura de São Paulo à sede da Expo 2020. O vice-presidente Michel Temer também está na capital francesa para participar do ato de lançamento da candidatura brasileira, que ocorre amanhã (12).


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