Folha de S. Paulo


Alckmin critica manifestação e defende ação da polícia na Paulista

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), criticou nesta sexta-feira (7) a manifestação contra o aumento das tarifas de transporte coletivo que terminou em vandalismo na região da avenida Paulista, na noite de ontem.

Ele defendeu a ação da Polícia Militar, que usou gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes. Os organizadores do protesto apontam que ao menos 30 pessoas ficaram feridas. Segundo a PM, 15 pessoas foram detidas, sendo que duas delas continuam presas na tarde desta sexta.

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"Isso não é manifestação, é vandalismo. Por isso você tem que tratar como tal: vandalismo. Não é possível aceitar depredação do patrimônio público e prejuízo para a população", disse Alckmin, após a assinatura de um decreto para conceder isenção de ICMS a taxistas que trabalham como microempreendedores individuais (MEIs).

O governador disse não saber se a manifestação teve cunho partidário e que a polícia iria investigar "a origem" do protesto. A manifestação foi feita pelo Movimento Passe Livre, que conta com estudantes e integrantes do PSOL e do PSTU.

Sobre as críticas de que a PM teria agido com truculência, Alckmin afirmou que a corporação deve investigar se houve excesso, mas ressaltou que ela cumpriu seu dever ao reprimir os manifestantes.

"A polícia sempre apura. Toda ação é filmada. A própria polícia tem um sistema de acompanhamento, tem expertise, então vamos aguardar a apuração. Agora, é preciso deixar claro que não é aceitável o que foi feito. É uma atitude totalmente absurda e a polícia tem que agir. Polícia não pode se omitir, é dever da polícia proteger a população, o patrimônio público e garantir o direito de ir e ver", disse o governador.

CONFRONTO

Após bloquear avenidas, o protesto de ontem terminou em confronto com a Polícia Militar e atos de vandalismo na região central.

O ato levou à interdição de vias como 23 de Maio, Nove de Julho e Paulista na hora de pico. Estações de metrô foram depredadas e fecharam.

No centro e na Paulista, manifestantes quebraram vidros e placas, picharam muros e ônibus, atearam fogo em lixo, provocaram danos a um shopping e ao Masp.

O Metrô estimou o prejuízo em R$ 73 mil e que vai "responsabilizar e acionar judicialmente os autores por danos ao patrimônio público, para que os contribuintes e demais usuários não tenham que arcar com o custo desse lamentável episódio".

REAJUSTE

As passagens dos ônibus, metrô e dos trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que eram R$ 3, foram reajustadas para R$ 3,20 no último domingo (2). O reajuste foi de 6,7%. No caso do ônibus, cujo valor da passagem não era corrigida desde janeiro de 2011, o valor ficou bem abaixo da inflação acumulada no período.

O IPCA, medido pelo IBGE e base da inflação oficial, acumulou 15,5% desde o último aumento da tarifa. O IPC, da Fipe-USP, 12,8%. Os índices foram calculados até abril --os números de maio não foram fechados.

No caso do Metrô e dos trens, o último reajuste ocorreu em fevereiro de 2012. Desde então, o IPCA acumulou 7,8%, e o IPC, 5,9%.


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