Folha de S. Paulo


Protesto contra tarifa de ônibus termina com 15 detidos em São Paulo

O protesto contra o aumento das tarifas de ônibus, trem e metrô, ocorrido na noite desta quinta-feira, terminou com 15 pessoas detidas, segundo balaço preliminar da Polícia Militar. O grupo entrou em confronto com policiais na avenida Paulista e deixou um rastro de vandalismo pela região central de São Paulo.

Os detidos foram encaminhados para o 78º DP (Jardins), onde serão averiguados. Entre os presos está o presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres.

Com protesto e confronto, shopping Pátio Paulista é fechado
Manifestantes deixam rastro de vandalismo na região central de SP
Com confronto, comerciantes fecham as portas na região da Paulista
Ao menos 30 pessoas se feriram em protesto, dizem manifestantes

Segundo a PM, os manifestantes atearam fogo em caixas de madeira em três pontos da 23 de Maio, quebraram placas de sinalização, invadiram o terminal Bandeira e picharam ônibus. Houve ainda atos de vandalismo contra ao menos uma banca de jornal na Paulista. Parte das bancas foram destruídas e revistas e jornais foram espalhados pela calçada.

Organizadores do protesto disseram que parte dos manifestantes pichou alguns estabelecimentos e ruas durante o protesto, mas argumentou que não era possível controlar toda a multidão. Segundo eles, cerca 6.000 participaram do protesto. Já a PM aponta que eram cerca de 2.000 manifestantes.

Ainda de acordo com os organizadores, ao menos 30 pessoas ficaram feridas por balas de borracha e estilhaços de bombas de gás lacrimogênio, muitos com ferimentos no rosto.

ESTRAGOS

O protesto de quinta-feira deixou um rastro de vandalismo pela região central de São Paulo. A avenida Nove de Julho ficou com muros e pontos de ônibus pichados. Já na avenida Paulista houve novas pichações, vandalismo em bancas de jornal e confronto entre manifestantes e policiais militares.

O shopping Pátio Paulista foi fechado durante o protesto. Segundo a assessoria, o centro comercial fechou por volta das 21h10 --50 minutos antes do normal--, quando um grupo de manifestantes entrou no local e acabou danificando um dos dois carros que estavam expostos na entrada, como parte da promoção de Dia dos Namorados.

O Metrô informou, em nota, que os vidros dos acessos às estações Brigadeiro e Trianon-Masp, da linha 2-verde, e houve vandalismo também na estação Vergueiro, na linha 1-azul. As ações nessa última resultaram ainda em um segurança do metrô ferido.

As três estações e a estação Consolação chegaram a fechar durante o protesto. Apesar disso, o sistema funcionou normalmente. O cálculo de todos os prejuízos sofridos pelo metrô ainda serão calculados.

REAJUSTE

As passagens dos ônibus, metrô e dos trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que eram R$ 3, foram reajustadas para R$ 3,20 no último domingo (2). O reajuste foi de 6,7%. No caso do ônibus, cujo valor da passagem não era corrigida desde janeiro de 2011, o valor ficou bem abaixo da inflação acumulada no período.

O IPCA, medido pelo IBGE e base da inflação oficial, acumulou 15,5% desde o último aumento da tarifa. O IPC, da Fipe-USP, 12,8%. Os índices foram calculados até abril --os números de maio não foram fechados.

No caso do Metrô e dos trens, o último reajuste ocorreu em fevereiro de 2012. Desde então, o IPCA acumulou 7,8%, e o IPC, 5,9%.


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