Folha de S. Paulo


Análise: Ainda há muito por fazer para reduzir vítimas do trânsito

Os números da CET mostram uma queda de 12,1% no índice de mortes por veículo em relação a 2011. Uma marca satisfatória para uma cidade situada em um país no qual a segurança viária é relegada a terceiro plano.

Em que pesem as quase 50 mil mortes por ano em acidentes de trânsito, os milhares de feridos graves e o custo de R$ 50 bilhões, ainda não temos um órgão federal para cuidar da questão.

Mortes em acidente de trânsito sobem em Pinheiros e Itaquera

Mais: os recursos destinados à segurança viária em todas as esferas de governo são claramente insuficientes.

Os dados também mostram que as principais vítimas são os pedestres, os motociclistas e os ciclistas.

Não por acaso, pois os estudos mostram que no Brasil o risco de morrer em viagens urbanas de moto é 30 vezes maior do que de carro; de bicicleta, 10 vezes; e a pé, 5 vezes. Só com muita educação e fiscalização/punição será possível reverter esse quadro.

O número anualizado de mortes caiu em todos os meses de 2012, sintoma de um trabalho adequado voltado para a segurança no trânsito.

Para que São Paulo não fique tão "cheia" do seu feito, vale colocar que ela conta com uma grande aliada no combate aos acidentes: a lentidão do trânsito, que aumenta ano após ano. Quanto isso contribuiu, é difícil precisar.

COCA FERRAZ é professor da USP e autor, entre outros, do livro "Segurança Viária"


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