Folha de S. Paulo


Metrô gera economia de R$ 7,2 bilhões para SP, diz relatório

Mesmo tendo prejuízo financeiro de R$ 34,8 milhões, o Metrô de São Paulo foi responsável por gerar uma economia de R$ 7,2 bilhões para a capital paulista no ano passado.

O cálculo, feito pela própria companhia, consta em seu terceiro Relatório de Sustentabilidade, que será apresentado na tarde desta quarta-feira (5).

A metodologia, usada por outros metrôs pelo mundo, leva em conta os gastos que ocorreriam se os 65,3 km das quatro linhas do Metrô não existissem --não são considerados os 9 km da linha 4-amarela, sob concessão privada.

Entre esses gastos estão consumo de combustível, emissão de poluentes, manutenção de veículos e vias e acidentes de trânsito, por exemplo.

Economia com: Quantidade Valor
Emissão de poluentes 902 toneladas R$ 217 milhões
Consumo de combustível 461.833 litros R$ 969 milhões
Custo operacional (ônibus) 271.725 km R$ 1,388 bilhões
Custo operacional (automóveis) 1.359.946 km R$ 805 milhões
Manutenção e operação de vias - R$ 52 milhões
Tempo de viagem 666.707 horas R$ 3,614 bilhões
Custos com acidentes de trânsito 14 acidentes R$ 164 milhões
TOTAL R$ 7,209 bilhões
Fonte: Relatório de Sustentabilidade do Metrô 2012

Mas a maior parte da economia vem da redução no tempo de viagem proporcionado pelo metrô. Segundo os cálculos, o tempo que não foi perdido nos congestionamentos em 2012 representou 667 mil horas, ou R$ 3,6 bilhões.

Por usar energia elétrica, o metrô também economizou 462 mil litros de combustível --que seriam comprados por R$ 969 milhões-- e evitou a emissão de 902 toneladas de poluentes --que causariam prejuízo estimado em R$ 217 milhões.

O relatório aponta que a emissão de gases de efeito estufa por passageiro do metrô representa um valor 20 vezes menor do que o dos automóveis e dez vezes menor que o dos ônibus.

Segundo o Metrô, o prejuízo financeiro de 2012 se deve aos descontos ou gratuidades concedidas a estudantes, idosos e deficientes, por exemplo.

BENEFÍCIOS

Esses custos evitados são chamados de benefícios sociais. Os primeiros cálculos começaram a ser feitos nos anos 1990, durante a realização do estudo de viabilidade da linha 4-amarela, e vem sendo atualizados desde então.

Apesar da rede sobre trilhos não ter crescido nenhum centímetro em 2012, houve crescimento de 12% no valor dos benefícios em relação a 2011 --quando a conta fechou em R$ 6,4 bilhões.

Segundo Luís Sérgio de Campos de Vilarinho, gerente de meio ambiente e sustentabilidade do Metrô, o motivo principal foi o aumento da demanda de passageiros, que cresceu 8% de um ano para outro.

Em 2012, foram realizadas 877 milhões de entradas na rede --média de 3 milhões de passageiros transportados por dia útil.

Mas também explicam o crescimento, segundo o relatório, a inflação do período, o aumento do salário mínimo e a variação da taxa de câmbio.

Os R$ 7,2 bilhões foram um recorde na série histórica corrigida. Desde 2003, já foram acumulados R$ 66,6 bilhões, "soma que seria suficiente para propiciar o retorno dos investimentos aplicados na construção da rede metroviária", diz o relatório.

Para Vilarinho, o valor deve crescer ainda mais com a expansão da rede. "Estamos tocando quatro obras, com perspectiva de nos próximos anos tocar mais cinco. Para a sustentabilidade, é um ganho enorme", afirma.

Atualmente, estão em obras a expansão das linhas 4-amarela e 5-lilás e a construção dos monotrilhos das linhas 15-prata e 17-ouro. As próximas obras, em um cenário para 2018, estão previstas nas linhas 2-verde, 6-laranja, 18-bronze, 19-celeste e 20-rosa.

Segundo a projeção do Metrô, a rede deve chegar a cerca de 280 km em 2021, transportando cerca de 10 milhões de passageiros por dia e gerando benefícios sociais estimados em R$ 20 bilhões ao ano.

Rubens Cavallari - 06.mar.2013/Folhapress
Plataforma lotada de passageiros na estação Sé durante falha ocorrida em março na linha 3-vermelha do metrô de São Paulo
Plataforma lotada de passageiros na estação Sé durante falha ocorrida em março na linha 3-vermelha do metrô de São Paulo

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