Folha de S. Paulo


Polícia ainda não tem evidências de que dentista queimado foi vítima de latrocínio

As câmeras do Centro de Operações Integrado, da prefeitura de São José dos Campos (97 km de SP), não captaram nenhuma imagem dos supostos assaltantes que atearam fogo no dentista Alexandre Peçanha Gaddy, 41, que foi queimado em seu consultório no dia 27 de maio.

A vítima morreu anteontem (3) no hospital Albert Einstein, na zona sul da capital paulista. De acordo com a polícia, ainda não há qualquer evidência de latrocínio (roubo seguido de morte). Além das imagens não registrarem ninguém fugindo do local - uma das câmeras apontava para o consultório da vítima - nada foi levado da vítima. No local, havia R$ 100 e cartões de banco na carteira do dentista, mas ela foi queimada.

Duas pessoas que socorreram o dentista após escutar seus gritos disseram à polícia ter ouvido dele que dois homens encapuzados entraram no consultório para roubar.

A hípotese de latrocínio ainda é investigada, mas a polícia diz que evidências encontradas contrariam o padrão desse tipo de crime.

As hipóteses de crime passional ou vingança também parecem menos prováveis para os investigadores. A apuração mostrou que Gaddy tinha uma vida tranquila e se divorciou amigavelmente.

A Folha apurou que, além da hipótese de latrocínio, a polícia investiga um possível suicídio. Também é investigada a informação de que Gaddy fez um seguro de vida recentemente em nome de seus dois filhos.

Segundo a polícia, não há testemunhas e não havia sinais de arrombamento. O fio de computador, supostamente usado para amarrar o dentista, não tinha um nó, mas um laço. Impressões digitais coletadas no fax passarão por análise.

"Queremos justiça para que outras famílias não tenham de passar por isso", disse a irmã dele, Christianne Gaddy, 40, durante o enterro na tarde de ontem (4).

Reprodução/Facebook
O dentista Alexandre Peçanha Gaddy, que teve cerca de 60% do corpo queimado durante assalto a seu consultório no interior de SP
Dentista Alexandre Peçanha Gaddy, que teve mais de 50% do corpo queimado em seu consultório no interior de SP

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