Folha de S. Paulo


Polícia detém dois suspeitos de matar funcionário do colégio Sion

Dois jovens foram detidos na noite desta terça-feira sob suspeita de participarem do assassinato de um funcionário do Colégio Sion, na região de Higienópolis, no centro de São Paulo. O crime aconteceu na tarde de ontem, na frente da escola.

Os dois irmãos --de 16 e 21 anos-- foram detidos na região de Sapopemba (zona leste) e levados ao 77º DP (Santa Cecília) onde deverão passar pelo reconhecimento de testemunhas. Abalados, parentes dos dois jovens também foram à delegacia.

O advogado Jonas Souza de Melo, que representa os suspeitos, nega que eles tenham qualquer envolvimento com o crime e afirma que os jovens estavam na cidade de Ribeirão Claro (PR) no momento do crime.

Eduardo Paiva, 39, havia saído de uma agência bancária e seguia em direção ao colégio Sion, onde trabalhava, quando foi abordado por um ladrão na tarde de segunda (3). Ao ser abordada, a vítima se ajoelhou, mas mesmo assim foi morta pelo bandido ao tentar derrubá-lo.

Os bandidos, segundo a polícia, fugiram em uma moto sem levar o dinheiro. Após ser baleado, Paiva chegou a caminhar na avenida Higienópolis, onde foi socorrido. Ele foi levado para a Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos.

"A polícia está empenhada", disse hoje o governador Geraldo Alckmin (PSDB). "As câmeras mostram bem a ação desses criminosos bárbaros. Não vamos atrapalhar a investigação, que está indo rápido, indo bem. Vamos aguardar que a própria polícia, no momento adequado, se manifeste, já identificados os criminosos e presos", completou.

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CASA

Segundo familiares de Paiva, o dinheiro sacado antes do crime estava reservado para pagar o pedreiro que contratou para erguer sua casa, na zona norte de São Paulo.

"Ele era muito calmo, mas a gente nunca sabe como a pessoa vai reagir. Ainda mais ele, que estava feliz e empolgado com os bicos que fazia para pagar a casa", conta sua irmã, Cirleane Paiva, 35, que trabalhava a um quarteirão do Sion, onde ocorreu o crime.

Natural de Vitória da Conquista, na Bahia, Paiva vivia havia 22 anos em São Paulo. Seus 13 irmãos decidiram enterrá-lo em sua terra natal "para ficar ao lado dos pais".

HOMENAGEM

Estudantes do colégio Sion fizeram na manhã desta terça-feira uma homenagem a Paiva.

Com flores e cartazes, a homenagem dos alunos foi montada no pé de uma árvore que fica na calçada onde Paiva foi assaltado e morto. "Mais amor, por favor", "Eduardo, trabalhador honesto" e "Cadê a segurança?" eram algumas das frases pintadas nos cartazes.

"A gente ouviu muita coisa sobre o que aconteceu e queríamos contribuir com alguma coisa simples. Ele era uma pessoa muito boa e honesta", disse Rebeca Araújo, 12, enquanto colava um cartaz na árvore com sua irmã Raquel --ambas estudam no 7º ano do Sion.


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