Folha de S. Paulo


Dinheiro de funcionário do Sion era para construir casa e se livrar do aluguel

Casado e pai de três filhos (de 7, 15 e 16 anos), Eduardo Paiva, 39, reagiu ao roubo tentando evitar que os ladrões levassem o dinheiro reservado para pagar o pedreiro que contratou para erguer sua casa, na zona norte de São Paulo.

"Ele era muito calmo, mas a gente nunca sabe como a pessoa vai reagir. Ainda mais ele, que estava feliz e empolgado com os bicos que fazia para pagar a casa", conta sua irmã, Cirleane Paiva, 35, que trabalhava a um quarteirão do Sion, onde ocorreu o crime.

Funcionário do Sion ajoelhou antes de ser morto por assaltantes
Funcionário do colégio Sion é morto durante assalto em frente ao colégio

Ele havia saído do banco e seguia em direção ao colégio Sion, onde trabalhava, quando foi abordado por um ladrão na tarde de ontem (3). Ao ser abordado, a vítima se ajoelhou, mas mesmo assim foi morta pelo bandido ao tentar derrubá-lo.

Natural de Vitória da Conquista, na Bahia, Paiva vivia havia 22 anos em São Paulo. Seus 13 irmãos decidiram enterrá-lo em sua terra natal "para ficar ao lado dos pais".

Veja vídeo

'TERRENINHO

Editoria de Arte/Folhapress

Logo que chegou a São Paulo, Paiva trabalhou como pedreiro. Havia oito anos era funcionário da equipe que cuida da manutenção do Sion.

"Ele comprou um terreninho, mas ainda pagava aluguel e pegava bicos de eletricista e jardineiro para juntar dinheiro e construir logo uma casa", afirma Cirleane.

Segundo familiares, Paiva reagiu ao roubo para defender o dinheiro que tirou do banco para quitar sua dívida com o pedreiro.

"Ele não era uma pessoa violenta e nunca tinha sido assaltado antes. É até difícil acreditar que ele tenha reagido", disse Suleide Santos Lima, cunhada da vítima.

O corpo será transferido para a Bahia depois do velório, que deve acontecer em Guarulhos, na Grande São Paulo.


Endereço da página:

Links no texto: