O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo realiza na tarde desta segunda-feira (3) uma reunião com representantes do Sindicato dos Metroviários e do Metrô de São Paulo para analisar nova proposta de reajuste salarial para categoria.
De acordo com o Sindicato dos Metroviários, a audiência está marcada para as 15h. Após a reunião, haverá uma assembleia na sede do sindicato, no Tatuapé (zona leste de São Paulo), para que a categoria decida sobre a greve anunciada para a 0h de terça.
No dia 27 de maio, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) aumentou a proposta inicial de 5,3% para 6,4%. Contudo, o TRT, que intermedeia a negociação, propôs que o reajuste salarial fosse de 7,16%, índice de inflação medido pelo INPC, do IBGE.
Os metroviários pedem reajuste de 7,3%, índice de inflação medido pelo IGP-M, da FGV, e além disso 14,16% de aumento real nos salários. Além do reajuste, a categoria quer também reajuste de 24,3% no vale-refeição. O metrô ofereceu 5,37%.
O Metrô possui atualmente 9.378 funcionários, com salários que variam de R$ 1.700 (manutenção) e R$ 20 mil (gerente). São transportados em média, 3,8 milhões de pessoas no metrô em dias úteis, segundo dados de 2012.
Em caso de greve, apenas a linha 4-amarela do metrô permanecerá operando na terça-feira (4), já que ela é privatizada e os funcionários não são ligados ao Sindicato dos Metroviários.
Independente do resultado da reunião, o TRT já determinou que as demais linhas, em caso de paralisação, deverão manter 100% dos trabalhadores nos horários de pico (das 6h às 9h e das 17h às 19h) e de no mínimo 70% nos demais horários. Em caso de descumprimento, o sindicato da categoria poderá ser multado.
A última greve da categoria ocorreu em 23 de maio do ano passado, quando os funcionários pararam por um dia e o rodízio de veículos foi suspenso. Antes disso, houve uma greve em agosto de 2007, que durou dois dias.
FERROVIÁRIOS
Na terça-feira (4), o TRT se reunirá com dois dos quatro sindicatos de funcionários da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) que não aceitaram a proposta de reajuste oferecida pelo governo de São Paulo.
Na ocasião, apenas o Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo e o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo, responsáveis pelos trens das linhas 7-rubi e 10-turquesa, aceitaram os novos termos do acordo.
O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana e o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona da Central do Brasil, responsáveis pelas linhas 8-diamante, 9-esmeralda, 11-coral e 12-safira decidiram adiar a paralisação na semana passada e esperar uma nova proposta de reajuste.
Após a reunião no TRT, os dois sindicatos realizarão uma assembleia, por volta das 19h, em frente a estação Brás da CPTM para debater se aceitam ou não a proposta. Caso rejeitem, eles devem entrar em greve na madrugada de quarta-feira (5).
Segundo Rogério Centofanti, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana, "não se trata apenas de reajuste salarial, há outras cláusulas que merecem ser analisadas".
As seis linhas da CPTM transportam cerca 2,3 milhões de passageiros por dia.