Às 20h30 o estudante Lucas César, 20, e o namorado já esperavam a volta para casa, em São Vicente, no litoral de São Paulo. Mas eles teriam que aguardar até a meia-noite, pois o ônibus fretado só sairia nesse horário.
Os dois chegaram à capital paulista às 13h e, quando estavam no centro, já não se interessavam mais em ver as apresentações ou circular. Sentaram-se em uma mureta na praça da República e ali ficaram.
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Turistas que saíram cedo do litoral ou do interior do Estado precisavam aguardar o horário marcado para voltar para casa.
César conta que essa é a quarta vez que foi à Parada. Ele diz ter considerado essa a edição mais organizada, com mais policiais e na qual o público foi mais contido –oestudante afirma ter presenciado cenas de namoro em público mais explícitas em anos anteriores. No ano que vem, espera fazer a viagem novamente.
"Não vi brigas, estava mais organizado", disse o estilista Sidnei Silva, 27, que veio em um dos oito ônibus fretados de Campinas (a 93 km de SP). Amigo dele, o programador visual Rodrigo Pinheiro, disse que viaja de excursão há oito anos.
POLÍTICA
O ônibus que levava turistas de Araraquara (a 273 km de SP) deixou a capital às 22h e tinha previsão para chegar à cidade do interior às 2h. Um dos passageiros, o economista Lucas Sales, 22, que mora em Matão (a 305 km da capital), nunca havia participado da parada de São Paulo, mas é a terceira manifestação LGBT –uma foi em São Carlos e outra em Araraquara.
"Em São Paulo não tem bandeira e nem protesto. No interior, as pessoas discursam nos trios elétricos. Eu paguei R$ 300 para poder subir em um aqui e só tinha bebida", diz ele. Sales afirma que teria gostado de ver algo a respeito da Comissão de Direitos Humanos na avenida Paulista.
Sílvio Cunha, 53, que estava no mesmo ônibus, afirmou que prefere o tom festivo do evento em São Paulo, pois "política enche". Ele saiu de casa às 6h para pegar o fretado que o levou a São Paulo.