Folha de S. Paulo


Concurso da Anvisa é marcado por atrasos e confusão em três cidades

Atrasos e muita confusão no concurso da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), marcado para este domingo (2), fizeram com que os candidatos às 314 vagas da agência fossem parar na delegacia ou deixassem de fazer a prova.

Até o início da tarde, mais de cem candidatos registraram ocorrência na delegacia da Asa Sul, em Brasília. Entre os relatos feitos à polícia estão atrasos para o início da prova, provas apresentadas sem lacre, pessoas utilizando aparelhos celulares e conversas nos corredores.

O concurso foi realizado, paralelamente, em todos os Estados do país e atraiu mais de 100 mil candidatos.

No Rio de Janeiro, houve confusão por conta de mudança no local das provas, o que acabou fazendo com que a aplicação da prova fosse interrompida, segundo a assessoria de imprensa do Cetro Concursos Públicos, empresa realizadora do concurso.

De acordo com a empresa, a prova estava originalmente marcada para uma escola na Barra da Tijuca. Para facilitar o acesso, a empresa resolveu transferir a prova para as imediações do Maracanã. Ao se dar conta da realização do jogo Brasil X Inglaterra, resolveu voltar a prova ao local de origem, avisando os candidatos por e-mail, pelo site e pelo "Diário Oficial".

Foi disponibilizada uma van para transportar eventuais candidatos que se dirigiram ao local incorreto da prova. Sempre segundo a Cetro, os candidatos que estavam no local correto da prova estranharam o fato de uma van com cerca de dez pessoas entrar no local da prova e, em efeito dominó, a confusão foi instaurada, interrompendo a aplicação do concurso.

A Cetro informou que ainda apura os problemas relatados em Brasília e que uma decisão deve ser tomada ao longo da semana, em conjunto com a Anvisa.

A agência disse ter recebido relatos de problemas no Rio, no Distrito Federal e, também, em Alagoas.

A 1ª delegacia da Polícia Civil do Distrito Federal, que abarca a Asa Sul, informou que o caso será remetido para apuração da Polícia Federal, por se tratar de uma agência federal.

Em nota, a Anvisa afirmou que acompanha a aplicação da prova, realizada pela Cetro, escolhida após consulta pública. "A Anvisa avaliará a natureza das ocorrências e adotará todas as medidas para preservar a lisura do concurso e o direito de todos os participantes", diz a agência.

PROBLEMA

Flávia Gonçalves, 41, candidata no Rio de Janeiro a uma das vagas do concurso, relata que houve um atraso de quase cinco horas para o início da prova possivelmente por conta do ônibus que traria os candidatos do outro local de prova.

"Até agora não sei o que aconteceu, foi a maior confusão. Quando as provas chegaram, tinham pacotes que não estavam fechados, não tinha saquinho para guardar o celular", relata a bióloga.

Quando, pouco antes das 13h, os candidatos foram chamados para começarem a prova, continua, muitos já tinham ido embora e já circulava entre os candidatos o tema da redação.

Chorando muito, a bióloga diz esperar que o concurso seja cancelado. "Eu recebi a prova, mas não tinha estrutura [emocional] e devolvi [em branco]. Até passei mal. Estou estudando desde o início do ano, passei sábados, domingos e madrugadas estudando. Fiz cursinho caro."


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