Folha de S. Paulo


'Cada dois passos que damos, voltamos três', diz organizadora da caminhada lésbica

Membro da Liga Brasileira de Lésbicas e uma das organizadoras da 11ª Caminhada de Lésbicas e Bissexuais de São Paulo, Mariana Meriqui Rodrigues, 29, não escondia a frustração antes da saída da marcha.

"Estamos em um retrocesso, pois a cada dois passos que damos, nós voltamos três. Por isso mesmo, é importante estar nas ruas lutando pelos direitos e liberdade individuais", afirmou Mariana, desapontada com "fundamentalismos religiosos, atitudes homofóbicas do [pastor e deputado Marco] Feliciano e falta de vontade de alguns juízes em realizar uniões civis homoafetivas".

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A concentração começou por volta das 12h30 no vão livre do Masp (Museu de Artes de São Paulo), na avenida Paulista. Às 14h10, a caminhada iniciou seu percurso que passará pela avenida Paulista, pela rua Augusta e terminará na praça Roosevelt, na região central de São Paulo, onde haverá show da cantora Joana Flor e da Dj Barbara Deister, entre outros, até as 21h.

Com cartazes coloridos, um grupo de 15 jovens da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, conhecida como Igreja Mórmon, disputava o vão com as participantes da caminhada. Eles estavam distribuindo abraços grátis para quem passasse pela Paulista.

"Nem estávamos sabendo da caminhada lésbica, mas a nossa postura é de não ter preconceito. Essa [homossexualidade] não é a prática da igreja, mas não temos preconceito", afirmou Allan Nogueira, 22.

A caminhada tem como objetivo a luta contra a violência, o preconceito, a invisibilidade de lésbicas e bissexuais e contra a discriminação sexista. O tema desde ano é "O Estado é laico! Construindo direitos, desconstruindo preconceitos: basta de lesbofobia!".

Segundo os organizadores do evento, "a ideia é abordar as diversas formas de negação de direitos que as mulheres lésbicas e bissexuais e, também, toda a população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) de forma mais geral, estão enfrentando no contexto politico desse momento".

Com juízes que "pedem exoneração para não terem que celebrar uniões civis entre homossexuais e com o fundamentalismo religioso". A caminhada é acompanha pela Polícia Militar, que estima em 1.500 o número de manifestantes.


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