Vítima de um arrastão na noite desta quinta-feira (30) no restaurante Ruella, no Itaim Bibi, área nobre da zona sul de São Paulo, o jornalista e apresentador do programa "CQC", da rede Bandeirantes, Felipe Andreoli, usou as redes sociais para expressar indignação com a insegurança.
Em sua conta no tumblr, ele diz que há menos de dois meses sua mãe e tias já haviam sido vítimas da violência na capital paulista. Elas foram assaltados na porta da maternidade do Hospital São Luiz, que fica a uma quadra do restaurante, logo após o nascimento de uma sobrinha.
Na noite de ontem, ele jantava com familiares no restaurante no momento do crime. "Mais uma data feliz, o aniversário da minha mãe, foi arruinado por um arrastão no restaurante em que estávamos", diz.
Cerca de 80 pessoas estavam no local, e ao menos 20 foram roubadas. Segundo a PM, a ação levou cerca de cinco minutos e os criminosos fugiram a pé. Um suspeito foi preso, segundo a Secretaria de Segurança Pública, mas a polícia não divulgou maiores informações para não atrapalhar as investigações.
Segundo Andreoli, no momento do assalto, os bandidos repetiam que, se alguém escondesse algum pertence, levaria um tiro, e que os assaltantes estavam "tão loucos" que levaram apenas uma correntinha de ouro de sua cunhada e o celular do irmão, mesmo com carteiras, celulares e bolsas sobre a mesa.
"A dona do restaurante, uma querida, chegou com lágrima nos olhos pedindo desculpas a todos --como se ela tivesse culpa-- fez o que deveria fazer o Sr. Geraldo Alckmin, responsável pela PM do Estado e da cidade, mas, por que não, o sr. Fernando Haddad, prefeito de SP. Para mim, não é o PT, não é PSDB, são todos, todos que ocupam o poder e o utilizam para benefício próprio, ou fazer propaganda dessas parcas medidas que tomam", desabafou.
| Divulgação Band | ||
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| O repórter e apresentador Felipe Andreoli, da Band |
ARRASTÃO
Danielle Dahoui, 43, proprietária do restaurante há 17 anos, disse que antes de anunciarem o assalto, o trio rendeu três seguranças e dois motoristas que estavam na porta do estabelecimento. "Eles chegaram como se fossem clientes, porém, antes de entrar eles renderam os funcionários com uma arma. Eles foram obrigados a entrar, em fila, no salão e depois anunciaram o assalto com uma naturalidade incrível", disse à Folha.
"Eles queriam, principalmente, celulares, relógios e dinheiro. Tudo foi muito rápido e um deles chegou a dizer 'vamos logo que aqui sempre passa polícia', ou seja, eles conheciam a região", explicou Danielle que é dona de outros seis restaurantes na região.
O caso foi registrado no 14º DP (Pinheiros). Na região há uma outra delegacia (15º DP), entretanto, o local estava fechado no momento do assalto. De acordo com Danielle Dahoui, a região é pouco patrulhada.
O restaurante está equipado com sistema de vigilância por câmeras e as imagens do circuito interno serão cedidas à polícia para ajudar nas investigações. Por enquanto, segundo a Polícia Civil, o crime não tem relação com outros casos registrados em São Paulo.
| Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
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| Fachada do restaurante Ruella, localizado na rua João Cachoeira, bairro Itaim Bibi, que sofreu um arrastão na noite de ontem (30) |
OUTROS CASOS
Com este, São Paulo registra 21 arrastões a bares e restaurantes somente neste ano. Na noite de segunda-feira (27) uma pizzaria na Vila Mariana, na zona sul, foi alvo dos criminosos.
Cinco homens fizeram um arrastão na pizzaria Forno da Vila, na rua Capitão Macedo, por volta das 21h15. No momento em que o crime ocorreu, um grupo comemorava um aniversário no local. Ninguém ficou ferido.
Neste caso a polícia conseguiu identificar o paradeiro dos criminosos e no dia seguinte ao crime um dos suspeitos foi morto durante troca de tiros. O resto do bando conseguiu fugir e segue desaparecido.