Folha de S. Paulo


Após incêndio, operação fiscaliza depósitos de combustíveis no Rio

Órgãos do governo estadual, da Polícia Civil, da Polícia Militar, do Ministério Público estadual e da Prefeitura da Duque de Caxias iniciaram um planejamento de longo prazo para fiscalizar e combater depósitos ilegais de combustíveis no município da Baixada Fluminense. Cerca de 35 representantes se reuniram na tarde desta segunda-feira para discutir a questão.

De acordo com o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, as operações ocorrem há dois anos e foram responsáveis pelo fechamento de 18 galpões irregulares. Mas, a partir de agora, a coordenação das ações será mais integrada e passa a contar com a ajuda da prefeitura de Duque de Caxias.

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"Uma das grandes novidade é o município de Duque Caxias, que a gente não podia contar, não havia a vontade de participar, eu diria que em alguns casos havia até certa cumplicidade com o que a gente estava combatendo. E agora não, a equipe do prefeito Alexandre Cardoso está aqui, tem uma integração muito grande e isso facilita muito a nossa vida. E estreitar também o trabalho junto com a investigação da Polícia Civil e da Polícia Federal", disse.

Minc lembra que os depósitos clandestinos se concentram no município por causa da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc). De acordo com ele, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) vai passar um "pente fino" em todas as licenças para depósitos de combustível na cidade e a prefeitura vai fazer o levantamento de locais suspeitos de abrigar galpões clandestinos. O secretário ressaltou que o trabalho vai se concentrar em produzir provas para que a "máfia" seja desmontada de vez, em vez de se fazer operações de "enxugar gelo".

Na quinta-feira (23) da semana passada, um depósito de combustível da empresa Petrogold, em Duque de Caxias, pegou fogo causandoa morte de um funcionário. O incêndio destruiu 12 casas e causou a interdição de 114 imóveis de quatro quarteirões próximos, deixando centenas de pessoas desabrigadas e desalojadas. A Petrogold não respondeu às tentativas de contato.

A empresa publicou em seu site uma nota oficial, informando que estar prestando todo o apoio à família do funcionário que morreu e aos demais trabalhadores atingindos pela tragédia, "bem como buscando minimizar e reparar os danos sofridos pela comunidade".

O secretário de Planejamento e Urbanismo de Duque de Caxias, Luiz Edmundo Costa Leite, disse que a prefeitura ainda não decidiu que tipo de ajuda poderá ser dada às famílias afetadas, mas entre as possibilidades estão o pagamento do aluguel social e o encaminhamento para o Programa Minha Casa, Minha Vida.

A prefeitura disponibilizou um telefone - (21) 2773-6200 - exclusivo para receber denúncias sobre depósitos clandestinos de combustível no município.


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