Folha de S. Paulo


São Paulo faz a primeira internação compulsória de usuário de crack

O governo de São Paulo fez ontem (23) a primeira internação compulsória de usuário de drogas desde que foi montado o plantão jurídico do Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras Drogas), para esse fim, em 21 de janeiro deste ano.

O usuário de 25 anos morava na rua havia 15 anos e foi acolhido na região da Luz, no centro da capital paulista. Ele passou por avaliação médica e, segundo a secretaria de Saúde, apresentava sinais de intoxicação por diversas drogas e também foi diagnosticado com retardo mental.

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O jovem afirmou durante a avaliação que não sabe onde está sua família e que usava crack, álcool, solvente e cocaína diariamente, o que o tornava um risco a si e a outros. Com isso, a Justiça decidiu pela internação compulsória e o encaminhou para tratamento no Hospital Lacan, em São Bernardo do Campo, na Grande SP.

O pedido de internação compulsória só acontece em casos extremos, quando há riscos. Nesses casos, a Justiça autoriza a medida, após atestado médico e parecer da Promotoria (a família não precisa pedir). Além disso, o dependente só pode deixar a internação com alta médica ou ordem judicial.

Segundo a Secretaria de Saúde, desde janeiro, o Cratod já atendeu 28.257 ligações, realizou 4.051 atendimentos e 906 internações, sendo 830 de forma voluntária --com o consentimento do dependente.


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