Folha de S. Paulo


Análise: Mosquito está resistente até a alguns tipos de inseticidas

Por várias razões, tem sido cada vez mais difícil bloquear a propagação do vírus da dengue, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.

O emprego excessivo de inseticidas, tanto pelas prefeituras quanto pelos moradores, tornou o mosquito resistente a muitos deles.

55 cidades do interior registram epidemia de dengue
Baixada Santista bate recorde de casos de dengue

Um estudo da Unesp (Universidade Estadual Paulista) mostrou que enquanto em Marília, os inseticidas públicos matavam 80% dos mosquitos, em Santos a taxa de sucesso chegava à metade.

O aedes também é muito adaptável, o que dificulta ainda mais o combate. Até em criadouros inimagináveis (como em cascas de ovo, troncos de árvores ou em água suja) ele consegue se reproduzir.

Hoje há quatro sorotipos de vírus circulando no país. Com o tipo 4 em alta, mais pessoas podem pegar dengue pela segunda, terceira ou quarta vez --o que já ocorre na Baixada Santista.

Editoria de arte/Folhapress

Todos podem causar variadas formas da doença, desde as mais brandas até a dengue hemorrágica.

A esperança para o controle da doença está no desenvolvimento de uma vacina, mas os primeiros testes mostraram que a imunização só teve eficácia de 30%.

Também se estuda o uso de mosquitos modificados geneticamente. A Fiocruz trabalha com uma bactéria que torna o aedes imune à dengue. Na Bahia, o foco são mosquitos mutantes, cujos filhotes são incapazes de sobreviver.

Enquanto essas promessas não chegam à vida real, a população deve continuar fazendo a sua parte eliminando os criadouros.

Aos governos cabe, além da prevenção e o controle do mosquito, capacitar seus serviços de saúde para o diagnóstico precoce e o tratamento correto da dengue, impedindo as mortes evitáveis.


Endereço da página:

Links no texto: