Folha de S. Paulo


Família esconde de idosa que amigas morreram em queda de balão

Maísa Ildefonso, 71, uma das seis brasileiras que faziam juntas um passeio de balão na Turquia, ainda não sabe que perdeu três amigas na queda do equipamento onde elas estavam. A família só pretende contar depois que ela for operada. Ela está internada em um hospital da Capadócia.

Claudia e Luiz Fernando Ildefonso, filhos de Maísa, vão viajar na quarta-feira (22) à Turquia para acompanhar a recuperação da mãe, que ainda não foi operada por causa de um dreno no pulmão.

Sete brasileiros continuam internados após acidente com balão na Turquia
Vídeo mostra momento da queda de balão na Turquia; uma brasileira morreu

"Ela teve uma fratura feia no quadril e também fraturou a pelve e o tornozelo", disse Claudia. Os médicos vão esperar pelo menos uma semana para operar Maísa.

"Elas têm uma história linda", conta Claudia, com a voz embargada. O grupo, de viúvas de engenheiros e arquitetos, se conheceu há mais de 20 anos e logo começou a viajar. As reuniões começaram regados a chope no extinto Bar do Beto, em Ipanema, zona sul do Rio.

Além das seis amigas, havia mais cinco brasileiros no balão no momento do acidente. Ao todo, três brasileiras morreram e oito ficaram feridos, sendo que apenas um deles tinha recebido alta até a tarde desta terça-feira.

Depois da Turquia, as amigas iriam fazer um cruzeiro na Grécia. "Elas, supercatólicas, adoravam capelas, museus, mas tenho impressão de que, por causa desse modismo da novela quiseram andar de balão", conta Maísa.

Ellen Kopelman, também morta no acidente, era a líder do grupo, pois falava cinco idiomas. O grupo estava sob os cuidados de uma guia portuguesa, que está servindo de elo entra a família e os médicos.

Outra ferida, Vera Monteiro, 69, uma das três sobreviventes, soube contra a vontade da família que as três amigas morreram e ficou transtornada, segundo relato de familiares de outros acidentados colhidos pela Folha.

Vera teve uma fratura na coluna e precisou ser operada. A filha, que é médica, já está a caminho da Turquia.

A terceira sobrevivente, Aurora, seria cunhada de Maria Luiza Góes, 85, morta no acidente. A Folha não conseguiu contato com seus familiares nem confirmar seu nome completo.

Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress

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