Folha de S. Paulo


Estado e prefeitura devem debater locais da Virada Cultural, diz Alckmin

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou na tarde desta segunda-feira que o Estado e a Prefeitura de São Paulo devem debater mudanças na Virada Cultural. "Precisamos verificar os locais em que são feitos. Tanto Estado como a prefeitura devem se debruçar nesse trabalho."

Alckmin também falou que precisa ser avaliada a iluminação dos locais onde ocorre a Virada. Ele, porém, não deu detalhes. A iluminação da cidade é responsabilidade da prefeitura.

Ele defendeu ainda o trabalho da polícia durante a última edição da Virada Cultural, ocorrida neste fim de semana, na área central da capital paulista, e que teve registro de morte, arrastões e assaltos. "A polícia trabalhou. Tivemos, além do contingente normal, 3.424 PMs, 270 a mais do que no ano passado."

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Na opinião do governador, não houve falta de integração entre Estado e prefeitura. "Foram mais de 30 presos, armas apreendidas. É que, quando se tem madrugada, une bebida, droga, pode ter problema. A polícia trabalhou integrada com o município."

Um grupo de sete adolescentes foi apreendido na madrugada do domingo (19) sob suspeita de praticar arrastões durante a Virada. Segundo a polícia, os adolescentes combinaram as ações pelo site de relacionamentos Facebook e agiram em grupos separados.

Um jovem de 19 anos foi morto também na madrugada deste domingo durante o evento. Elias Martins Morais Neto, que trabalhava em uma padaria em Interlagos (zona sul), foi baleado na cabeça durante um assalto na rua Santa Efigênia. Ele teria perseguido os bandidos.

Outro homem morreu após sofrer uma overdose também na região da Santa Efigênia, no centro de São Paulo.

Participantes da Virada criticaram à Folha a atuação da polícia. "Os PMs ficam nas viaturas, nas esquinas. Não estão a postos para evitar os roubos. Só nos orientam a fazer o boletim de ocorrência. Na delegacia, querem que a gente registre pela internet", disse Stefani Fernanda, 21, que foi assaltada durante o evento.

A jovem aguardava um ônibus no ponto da avenida São João quando foi abordada pelos criminosos. "Estavam armados. Pediram o celular e a carteira e eu dei. Roubaram outros que estavam no ponto também", disse ela, que mora no Jaraguá (zona norte).


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