Folha de S. Paulo


Promotoria pede que Thor pague multa de R$ 1 mi e faça serviço comunitário

O Ministério Público do Rio anunciou nesta quarta-feira que pediu a condenação de Thor Batista, 21, filho do empresário Eike Batista, pelo atropelamento e morte de Wanderson Pereira dos Santos, 30, em março do ano passado, numa rodovia na Baixada Fluminense.

A Promotoria afirmou que Thor deve ser responsabilizado por homicídio culposo --quando não há intenção de matar-- mas sua pena deve ser convertida em prestações de serviços e no pagamento de uma multa de R$ 1 milhão, direcionados a uma instituição, a ser definida --de preferência hospitalar ou de reabilitação de pessoas acidentadas no trânsito.

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O Ministério Público pediu ainda suspensão da habilitação do empresário para dirigir. Segunda a Promotoria, ele agiu de "forma imprudente ao realizar ultrapassagens pela direita, fazendo 'zigue-zague' na pista e em velocidade acima da permitida na via" na hora do acidente.

Segundo o Ministério Público, Batista já conta com nove infrações de trânsito registradas, "apesar de ter adquirido a maioridade há pouco tempo". Dessas, diz o órgão, sete violações se referem ao excesso de velocidade.

"Diante do descobrimento de tais violações às normas de trânsito, o réu passou a conduzir apenas veículos registrados em nome de outrem, fato que inviabiliza a fiscalização de novas infrações", diz o Ministério Público.

Thor Batista, 21, prestou depoimento pela primeira vez em juízo no último dia 25. Ele afirmou que fez um acordo no qual pagou R$ 300 mil de indenização à família do ciclista Wanderson Santos.

O dinheiro, segundo Thor, teria sido pago para uma tia com quem o ciclista morava. O filho do empresário disse ainda ter recibos e documentos que comprovam o acordo.

O réu voltou a afirmar que trafegava dentro da velocidade permitida (110 km/h), que estava muito escuro no local e o acidente foi "inevitável".

O rapaz contou que, como o carro que dirigia é baixo --uma Mercedes-Benz SLR McLaren--, viu só o quadro da bicicleta e um homem no meio da pista da esquerda.

Quando notou, disse, o ciclista "já estava em cima" e pisou no freio. Thor contou que pediu a seus seguranças que socorressem o homem.

A sentença de primeira instância deve sair até o final do semestre.

Sobre o novo posicionamento da promotoria, a assessoria de Thor disse, nesta quarta-feira, que não vai comentar o caso.


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