Folha de S. Paulo


Cracolândia e internação involuntária são destaque no 'The Guardian'

A grande concentração de usuários de crack na região central de São Paulo e as atuais políticas para a desocupação do local foram noticiadas no jornal britânico "The Guardian".

Texto publicado no último dia 9 aponta São Paulo como a capital nacional do crack e destaca o que foi chamado de "operação de limpeza". Essas ações teriam começado no ano passado e mais recentemente passaram a focar na intervenção judicial e tratamento involuntário.

A publicação mostra defensores das medidas, mas também cita críticas que apontam o tratamento forçado como uma violação dos direitos dos usuários. O "The Guardian" diz ainda que as medidas podem ter sido motivadas para "limpar um pedaço da cidade potencialmente valioso".

"Não existem estatísticas confiáveis, mas, em seu auge, a Cracolândia deveria ter cerca de 2.000 usuários. Hoje, o maior movimento ocorre por volta das 2h de sexta-feira, quando há em torno de 800. Apesar disso, é cada vez mais evidente a migração dos usuários para outras partes do centro da cidade, como a região da Sé", diz a reportagem.

Sobre as instalações para o tratamento, o jornal descreve como "impressionantes". Segundo ele, "quem se interna voluntariamente pode jogar dominó, futebol de mesa e ter aulas de arte. Há sala de informática, dormitório para 110 adultos e 20 adolescentes, bem como uma sala de jantar que oferece quatro refeições por dia."

Por outro lado, a publicação aponta que há "apenas 700 leitos disponíveis". "A escassez é ainda maior em outros lugares do país. As maiores áreas de crescimento para a droga agora estão no interior e nos Estados no Norte, muitos dos quais agora possuem suas próprias Cracolândias."


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