Folha de S. Paulo


Dono de Ferrari destruída deixou local por medo de sequestro, diz segurança

O segurança Denisval de Carvalho disse na segunda-feira (13) que seu patrão, o empresário José Romano Netto, 38, proprietário da Ferrari 458 Spider que ficou destruída em um acidente na zona oeste de São Paulo, deixou o local do acidente porque estava sem escolta e temia ser vítima de sequestro.

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"Ele saiu do local porque não estava com nenhum segurança. Ficou com medo e saiu do carro. Foi por isso, não foi porque queria se esconder. É medo de sequestro, ele estava sem ninguém e optou por isso", disse.

Edison Temoteo-13.mai.13/Futura Press/Folhapress
Casal sofre acidente com Ferrari avaliada em mais de R$ 2 milhões, na zona oeste de SP
Ferrari modelo 458 Spider, de R$ 2,1 milhões, fica destruida após acidente no acesso à marginal Tietê, na zona oeste de São Paulo

A Ferrari era nova --foi licenciada no dia 23-- e é vendida por R$ 2,1 milhões. O modelo é o terceiro mais caro da fabricante italiana à venda no Brasil e um dos mais exclusivos. Foram vendidos apenas sete exemplares neste ano na capital.

Carvalho, que trabalha na equipe de escolta do empresário, diz que o patrão não tem o costume de emprestar o carro nem de deixar outra pessoa dirigi-lo.

"Eu não conversei com ele para saber quem estava dirigindo. Para mim era ele, ele não dá o veículo para ninguém", disse.

Segundo Carvalho, um amigo de Romano Netto passou pelo local e deu carona ao empresário e à mulher que o acompanhava. Ambos não ficaram feridos e "estão muito bem", segundo ele.

"Ele é muito preocupado com a segurança pessoal. A gente usou todos os meios legais. Não utilizamos nada para obter benefício. A via foi liberada e o oficial responsável liberou o veículo."

ACIDENTE

O acidente ocorreu por volta da 1h30 de segunda na alça da rodovia Castello Branco que dá acesso à marginal Tietê, pouco antes da ponte dos Remédios.

A Ferrari derrubou um poste de iluminação, bateu em um muro de proteção e só parou depois de capotar.

Uma das rodas foi arrancada e caiu no canteiro da marginal, cerca de 20 metros abaixo. Parte da lataria também se desprendeu, e o para-brisa ficou totalmente destruído.

Segundo a Polícia Militar, a Ferrari foi recolhida pela concessionária ViaOeste, levada para um posto policial em Barueri, e depois retirada por um guincho particular. A remoção foi autorizada pelo segurança Carvalho, que disse estar representado o patrão.

A PM informou não saber quem estava dirigindo o carro de luxo, mas apurou com testemunhas que uma mulher estava ao volante.

A Ferrari está registrado em nome da empresa Farm Empreendimentos Imobiliários, cujo sócio majoritário é Romano Netto. O empresário também é sócio do Grupo ABC, de São Bernardo do Campo, uma das maiores empresas de ônibus da Grande São Paulo.

A Folha procurou o empresário por meio de uma de suas empresas. Em nota, a SBCTrans, de transporte coletivo no ABC, disse não ter conhecimento do acidente e que a empresa dona do veículo "não guarda relação" com suas atividades.

Ninguém atendeu nos telefones registrados em nome do empresário ontem. Na capital, uma das linhas fica em um imóvel de alto padrão na região de Moema, avaliado em cerca de R$ 6,7 milhões.

O caso foi registrado pela Polícia Rodoviária Estadual como acidente sem vítima. O Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado, mas não encontrou vítima no local.

Segundo a PM, não é preciso ser feito boletim de ocorrência na Polícia Civil por não se tratar de crime. Mas, como houve a destruição do poste no acidente, a "concessionária responsável pode pedir, se entender necessário, reparação de dano por meio de uma ação civil" contra o motorista, usando o registro policial.


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