Folha de S. Paulo


Fundação Casa de Jundiaí tem 2 tentativas de fuga em menos de uma semana

Em menos de uma semana, a Fundação Casa (antiga Febem) de Jundiaí (a 58 km de São Paulo) registrou duas tentativas de fuga de adolescentes. Em um mês, é a terceira tentativa registrada na unidade.

A última aconteceu no sábado (11) quando adolescentes fizeram dois funcionários, dos quatros que trabalhavam no momento, reféns. A rebelião começou no andar dos dormitórios onde houve quebra de móveis.

De acordo com a Fundação, o caso ocorreu por volta das 23h, após uma tentativa de fuga frustrada. A negociação foi realizada por intermédio da Superintendência de Segurança da Fundação. Após quatro horas de rebelião, os adolescentes libertaram os dois reféns, que não tiveram ferimentos.

O centro socioeducativo tem capacidade para atender 64 adolescentes e, no momento do tumulto, atendia 63 internos. A Corregedoria Geral da Fundação Casa instaurou uma sindicância para apurar o motivo da rebelião na unidade.

Os outro dois casos registrados no centro aconteceram no dia 7 de maio e no dia 13 de abril. A Fundação Casa presta assistência a jovens de 12 a 21 anos incompletos em todo o Estado de São Paulo.

Eles estão inseridos nas medidas socioeducativas de privação de liberdade (internação) e semiliberdade. As medidas --determinadas pelo Poder Judiciário-- são aplicadas de acordo com o ato infracional e a idade dos adolescentes.

ESTADO

Em reportagem do dia 12 de abril, a Folha mostrou que apenas 0,9% dos internos da Fundação Casa em todo o Estado de São Paulo foram apreendidos por cometer latrocínios --roubo seguido de morte. O número corresponde a 82 jovens, sendo 33 deles com mais de 18 anos.

Esse tipo de crime é o sétimo mais comum entre os menores infratores que cumprem medida socioeducativa em São Paulo. A lista é encabeçada pelo tráfico de drogas, que corresponde a 41,8% das internações, seguido por roubo qualificado (39%) e roubo simples (5,1%).

Segundo a Fundação Casa, 661 adolescentes internados no Estado (73,4%) têm de 15 a 17 anos, enquanto os maiores de idade correspondem a 1.740 jovens (19,3%) e apenas 7,3% têm entre 12 e 14 anos. Eles estão em atendimento inicial, internação provisória, internação, internação sanção e semiliberdade.

A internação máxima prevista pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) é de três anos. Uma pessoa pode ficar internada até os 20 anos e 11 meses, se ela for pega na véspera de completar 18 anos. Mas há casos em que, por determinação psiquiátrica, o infrator pode ficar mais tempo apreendido.

Editoria de arte/Folhapress

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