Folha de S. Paulo


Um século depois, Metrô de São Paulo segue 'trilhos' do bonde

Com um intervalo de mais de cem anos, uma nova ligação por trilhos entre Santo Amaro (zona sul de SP) e o centro de São Paulo começa a ter contornos bem definidos.

Em 1913, era o bonde elétrico que deixava o então centro do município santo-amarense --que passou a fazer parte de São Paulo em 1935--para ir "à cidade", como diziam os moradores da época.

A linha, que também entrou para a história por ser a última em funcionamento na cidade, parou em 1968.

Com a inauguração da estação Adolfo Pinheiro, prevista para dezembro, são os trilhos do metrô que vão seguir na mesma direção.

Em agosto, começa a escavação do túnel da linha 5-lilás, que sairá da estação e vai até a região da Vila Mariana.

As escavações para a construção da parada, em Santo Amaro, começaram em 2009. O governo prometia entregar a obra em 2010, mas a estação só vai estar operando plenamente em abril de 2014.

O tempo é quase o mesmo gasto na construção do primeiro trecho da linha lilás, que tem seis estações.

"Um dos problemas aqui é esta adutora da Sabesp. A antiga, de 1920, era de ferro fundido", disse Jurandir Fernandes, secretário de Transportes Metropolitanos.

Na terça-feira (7), ele guiou a reportagem da Folha pela nova estação. Só a troca de 850 metros da adutora, segundo o governo, atrasou as obras da estação em um ano e meio.

Outro motivo de atraso foram as paradas por ordem judicial, devido ao processo que apura suspeitas de fraude na licitação da linha.

Com a obra na Adolfo Pinheiro na reta final, o maior desafio será escavar o túnel.

Serão usados três tatuzões, máquinas gigantes que escavam o solo. Elas vão operar por baixo de avenidas como Adolfo Pinheiro, Santo Amaro, Bandeirantes e Ibirapuera, ladeadas por prédios.

"É um processo seguro, porque não usa explosivos", afirma Jurandir Fernandes.

O antigo bonde chegava ao centro em cerca de 40 minutos. O metrô, quando toda a linha 5-lilás estiver pronta, em meados de 2016, deverá demorar quase isso.

Editoria de Arte/Folhapress

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