Folha de S. Paulo


Protesto de professores termina com PMs feridos e dois detidos

O protesto de professores que provocou um tumulto na avenida Paulista, no centro de São Paulo, na tarde desta sexta-feira, deixou quatro policiais militares feridos e dois manifestantes detidos, segundo a Polícia Militar. A categoria decidiu encerrar a greve iniciada no último dia 19.

Segundo a PM, os quatro policiais tiveram ferimentos leves em decorrência de pedradas e pauladas. Já os dois manifestantes detidos foram levados ao 78º DP (Jardins), sendo um em decorrência de uma agressão e outro por desobediência.

Professores de SP suspendem greve; assembleia termina em tumulto

Segundo a assessoria da Apeoesp (sindicato estadual dos professores), a confusão foi iniciada por um grupo descontente com a assembleia que resultou no fim da greve. Esses docentes teriam cercado o carro de som, impedindo a passagem. A Polícia Militar então interveio, o que acabou provocando o tumulto.

O sindicato afirmou que o final da greve foi determinado por maioria de votos e culpou membros do "PSTU e PCO passaram a realizar um grande tumulto, arremessando objetos e agredindo pessoas".

Antônio Carlos Silva, membro da direção nacional do partido, afirmou que a diretoria da Apeoesp contrariou a decisão da maioria dos professores que participaram da assembleia e decidiu arbitrariamente pelo término da greve. Ele acrescentou ainda que isso teria motivado a revolta dos professores, inclusive membros do PCO.

"A diretoria simplesmente desligou o microfone e encerrou as discussões", afirmou Silva, que disse ainda que o partido vai promover um abaixo-assinado contra a decisão da Apeoesp. Ele afirmou que uma reunião está marcada com a diretoria do sindicato para a próxima terça-feira, para discutir o ocorrido.

O PSTU ainda não se manifestou sobre o tumulto. Professores que participaram da assembleia também disseram ser contra o fim da grave. "A maioria defendeu a manutenção [da greve], só que a presidente do sindicato decretou o fim da greve", afirmou João Victor Pavesi de Oliveira, professor da rede estadual.

PROTESTO

A avenida Paulista chegou a ter os dois sentidos totalmente interditados devido à confusão. Mesmo após o tumulto, um grupo pequeno de professores decidiu prosseguir com a manifestação e seguiu em direção à praça da República, no centro da cidade. No percurso, eles fecharam parte da rua da Consolação e da avenida Ipiranga.

Segundo a PM, cerca de mil professores participaram do protesto. Já a categoria aponta que o número pode ter chegado a 2.000.

A Apeoesp afirmou que o retorno ao trabalho ocorre em decorrência de uma nova reunião realizada mais cedo entre a categoria e o governo estadual, onde as negociações teriam progredido. O sindicato aponta ainda que o movimento estava perdendo força nos últimos dias, o que também contribuiu para a decisão dos docentes.


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