Folha de S. Paulo


Parque Ibirapuera zera furtos de bicicletas no mês de abril

O parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, conseguiu zerar o número de furtos de bicicletas no mês passado, de acordo com dados da prefeitura. A prática criminosa na principal área verde da cidade chegou a afugentar frequentadores que guardavam as bicicletas no local para correr no parque, por exemplo.

Somente em janeiro deste ano, o parque teve um salto no número de furtos de bicicletas em relação a 2012, como mostrou reportagem da Folha. Em 2012, foram 31 casos no ano todo sendo que apenas em janeiro deste ano, aconteceram 13 furtos. Em fevereiro, esse número caiu para 11 e, em março, para três casos.

Segundo a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, o número de furtos zerou em abril após o efetivo da GCM (Guarda Civil Metropolitana) ser reforçado na região há cerca de dois meses.

O número de guardas passou de 120 para 194. Outros cem homens da Inspetoria de Apoio Especial também foram deslocados provisoriamente ao parque. Os 294 agentes são divididos em quatro turnos.

Editoria de Arte/Folhapress

O inspetor Gilson Menezes, responsável pelo patrulhamento do Ibirapuera, disse que o número de agentes no parque estava deficitário há oito anos e que considera o número atual suficiente para garantir a segurança dos frequentadores.

"A segurança do parque passou os últimos oito anos sem pensar em crescer. Futuramente, vamos ampliar o atendimento e dividi-lo em duas bases, uma administrativa e uma operacional", afirma.

PERIGO NO ENTORNO

Apesar da queda de furtos de bicicletas no interior do ibirapuera, o entorno do parque continua perigoso. O delegado Márcio de Castro Nilsson, do 36º DP (Vila Mariana), diz que houve aumento no número de furtos. Foram 173 casos em abril do ano passado e 267 neste ano.

"Nós não temos números específicos sobre o parque, mas temos da região. O maior índice de furtos é na avenida Pedro Álvares Cabral, em frente ao parque, com 41 ocorrências em abril", afirma.

O instrutor de pilates, Rodrigo Pereira, vai ao parque quase todos os dias de bicicleta e a deixa presa em um paraciclo [espécie de estacionamento de bicicletas] enquanto pratica corrida. Em março, corria com uma amiga e quando retornaram ao paraciclo, a bicicleta dela já não estava mais lá.

"A solução que eu adotei e alguns outros colegas também adotaram foi trocar a corrente de bike por uma de moto, que é bem mais grossa".

Em janeiro, Pereira já havia reclamado da falta de agentes de seguranças na gerência do Ibirapuera. "Um grupo de ciclistas se organizou para reclamar quando parasse a bike no portão 6 e não encontrasse nenhum vigilante. Eu reclamei pelo menos duas vezes por semana durante uns três meses", afirma.

Paulo de Tarso, personal trainer e frequentador diário do Ibirapuera, diz que o local se torna inseguro quando há eventos na Bienal. "Em um dos dias de São Paulo Fashion Week, vi um rapaz gritando que estavam roubando a bicicleta dele. Vi os guardas voltando com um senhor de uns 60 anos preso pelo furto", conta.

Já o biomédico Bruno de Brito conta que flagrou a tentativa de furto de sua bicicleta e correu, com agentes da GCM, atrás do ladrão, que acabou sendo preso.

GUARDA-BIKE

Para aumentar a segurança das bicicletas, Milton Persoli, diretor do Depave (Departamento de Parques e Áreas Verdes), da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, afirma que há um projeto de criar um espaço fechado para estacionar as bicicletas com o nome provisório de Guarda-bike. Para ser implantado, no entanto, é preciso aprovação do Condephaat (órgão estadual de preservação do patrimônio histórico).

Se aprovado, o Guarda-bike vai passar ao parque a responsabilidade pelas bicicletas, o que hoje não acontece. Haverá lugar para estacionamento de 300 a 500 bicicletas e os ciclistas receberão senha de controle. "O número de vagas é insuficiente, mas esse é um primeiro teste de um projeto piloto junto com a GCM. Depois vamos expandir", diz Persoli.


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