Folha de S. Paulo


Apenas o Sul atinge meta de vacinação contra gripe; campanha acaba 6ª

Apenas os Estados da região Sul do país atingiram a meta de vacinação contra a gripe --estipulada em 80%-- até o meio-dia desta terça-feira. Segundo o Ministério da Saúde, a maior cobertura acontece em Santa Catarina, com 85,43% do público alvo imunizado. A campanha será encerrada na próxima sexta-feira (10).

Devem se vacinar idosos com mais de 60 anos, crianças de seis meses a dois anos, indígenas, gestantes, mulheres no período de até 45 dias após o parto (em puerpério), pessoas privadas de liberdade, profissionais de saúde, além das pessoas que têm doenças crônicas do pulmão, coração, fígado, rim, diabetes, imunossupressão e transplantados.

O Sudeste é a segunda região com maior cobertura, mas nenhum dos quatro Estados tinha conseguido atingir a meta até o último balanço. O mais próximo de atingir os 80% é o Espírito Santo, que já tem 73,54% do público alvo vacinado. Depois dele estão Minas (73,19%), São Paulo (67%) e Rio de Janeiro (61,39%).

O balanço do ministério é baseado em dados fornecidos pelas secretarias de Saúde cada Estado. Com isso, a pasta aponta imunização de mais de 26,3 milhões de integrantes do grupo prioritário em todo o país, o que corresponde a 69,55% de todo o público alvo. A menor cobertura até agora ocorreu no Estado de Roraima (38,84%).

Entre os grupos, as puérperas são as mais imunizadas (85,74% de cobertura), seguidas pelas crianças (71,31%) e pelos idosos (70,38%). As gestantes, grupo especialmente sensível em caso de infecção pelo vírus H1N1, registram cobertura de 61,52%.

Jarbas Barbosa, secretário de vigilância em saúde do ministério, diz que a campanha deste ano está mais adiantada que a de 2012 estava, considerando-se o mesmo período de tempo.

Uma nova prorrogação da campanha vai ser discutida no final da semana, mas os dados não indicam para a necessidade de estender de forma ampla. "Vamos avaliar na sexta-feira. Pelo andar da carruagem, temos uma cobertura boa."

Barbosa alerta para a necessidade de as pessoas buscarem a vacina logo, já que dificilmente ela estará disponível após o fim da campanha. Além disso, diz, a vacina leva até um mês para garantir a máxima proteção contra o vírus, que circula mais a partir de junho. "Agora é o momento", explica o secretário.

UF Doses %
AC 85.182 69,76
AM 426.066 69,08
AP 65.806 72,6
PA 720.721 71,19
RO 137.156 62,96
RR 42.909 38,84
TO 134.147 62,28
NORTE 1.611.987 67,57
AL 369.830 78,49
BA 1.402.768 62,39
CE 860.518 62,63
MA 682.389 68,23
PB 476.641 71,05
PE 939.755 64,72
PI 329.982 66,4
RN 348.185 67,69
SE 212.031 68,45
NORDESTE 5.622.099 65,85
[ES 411.379 73,54
MG 2.399.839 73,19
RJ 1.815.373 61,36
SP 4.774.740 67,3
SUDESTE 9.401.331 67,68
PR 1.461.516 82,75
RS 1.720.199 83,61
SC 847.504 85,43
SUL 4.029.219 83,67
DF 243.249 65,6
GO 655.588 72,33
MS 306.989 67,24
MT 260.747 56,89
CENTRO-OESTE 1.466.573 66,91
BRASIL 22.131.209 69,55

Além de imunizar a população contra a gripe A H1N1, tipo que se disseminou pelo mundo na pandemia de 2009, a campanha também quer imunizar a população contra outros dois tipos do vírus influenza: influenza A H3N2 e B.

Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade global. Entre os idosos, pode reduzir o risco de pneumonia em aproximadamente 60%, e o risco global de hospitalização e morte em cerca de 50% a 68%, respectivamente.

A escolha dos grupos prioritários segue recomendação da OMS, e é respaldada por estudos epidemiológicos e na observação do comportamento das infecções respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe. São priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias.

A única contra-indicação é para pessoas que têm alergia severa a ovo.

Editoria de Arte/Folhapress

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