A Polícia Federal prendeu na manhã desta terça-feira (30) em Santos, no litoral paulista, 15 suspeitos de vender produtos químicos para refino e "batismo" (adulteração para aumento do volume) de cocaína. Um suspeito ainda está sendo procurado.
Segundo a PF, a quadrilha abria empresas em nome de "laranjas" para obter licença para comprar de distribuidoras grandes quantidades de produtos químicos como cafeína, acetona, éter, ácido clorídrico, benzocaína, lidocaína, ácido bórico e manitol --produtos de comercialização fiscalizada.
No papel, esses produtos seriam destinados a fins diversos, como farmacêuticos e industriais, mas na prática eram desviados para o tráfico de drogas, segundo a delegada Luciana Fuschini.
A PF afirmou ter indícios de que a ação da quadrilha tem ligação com a facção criminosa PCC.
Além das prisões, estão sendo cumpridos 23 mandados de busca e apreensão nas cidades de Santos, São Vicente, Praia Grande, Jarinu, Capivari, São Paulo, Diadema e São Bernardo do Campo.
Durante a operação, batizada de Opus Magna, a PF descobriu uma refinaria de cocaína em Diadema, na Grande SP.
R$ 1 BILHÃO
A PF calcula que a quadrilha pôs no mercado, nos últimos três anos, cem toneladas de cocaína, com os adulterantes desviados. Essa quantidade de droga movimentou, segundo estimativas, R$ 1 bilhão.
"A cocaína tem 60% de produtos químicos e 40% da droga propriamente", afirmou Fuschini.
Os nomes dos presos não foram divulgados. Eles serão indiciados por tráfico de drogas, segundo a delegada. A prisão temporária dura cinco dias e pode ser prorrogada.
A Folha não conseguiu localizar os advogados dos suspeitos presos.