Folha de S. Paulo


Morte de dentista queimada em assalto envergonha, diz Alckmin

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse sentir vergonha do assassinato da dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, 46, que foi queimada viva por assaltantes, anteontem, em seu consultório, em São Bernardo do Campo (Grande SP).

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A dentista foi abordada pelos criminosos quando ainda atendia uma paciente. Eles sacaram R$ 30 da conta da dentista em um caixa eletrônico, acharam pouco e atearam fogo em Cinthya.

A polícia diz ter identificado três suspeitos, que estão foragidos.

"Sobre esse crime bárbaro que aconteceu e que envergonha todos nós, há o empenho da polícia", disse Alckmin.

O crime ocorreu no dia em que o governo divulgou os índices de violência no Estado, que apontaram o aumento do número homicídios e latrocínios (mortes após roubos).

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REVOLTA

O corpo de Cinthya foi enterrado no Cemitério Vila Euclides, em São Bernardo.

A mãe da dentista, Risoleide Moutinho de Souza, disse não ter esperança de que a punição dos assassinos de sua filha tenha algum efeito.

"Eles vão ser presos, terão um aprendizado aprimorado na cadeia e, quando saírem, vão fazer residência aqui fora, com mais capacidade de agir. A violência está sendo aprimorada. Todos os dias acontece uma brutalidade", afirmou ela.

"Não entendo como alguém pode cometer tamanha crueldade com uma pessoa."

Cerca de 50 pessoas, entre familiares, amigos e pacientes, acompanharam o cortejo, alguns com cartazes pedindo justiça.

Editoria de arte/Folhapress

LATROCÍNIOS

No primeiro trimestre deste ano, o crime que vitimou a dentista (latrocínio) atingiu o maior índice nos últimos dez anos no Estado, passando de 81 para 101 casos.

O governador disse reconhecer que os crimes ainda estão em alta no Estado. "Ainda estamos com números elevados, mas a redução vem ocorrendo mês a mês", disse.

"O pior foi em outubro do ano passado, quando tivemos aumento de 30% nos homicídios comparado com outubro de 2011. Em março, o aumento foi de 2,28%, comparando com março de 2012", disse.

Na semana passada, a violência em São Paulo foi alvo de críticas do vice-governador Guilherme Afif Domingos (PSD). Ele afirmou que São Paulo vive uma "epidemia" de insegurança.

O desabafo aconteceu depois de sua filha escapar de um assalto no Morumbi (zona oeste da capital).

O carro em que ela trafegava com o filho de dois anos foi atingido por dois tiros. As balas não atravessaram a blindagem do veículo.


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