Folha de S. Paulo


Livros 'somem' de bibliotecas em estações-tubo de Curitiba

Um mês depois da inauguração das tubotecas --pequenas bibliotecas dentro das estações-tubo do transporte público de Curitiba--, os livros vêm sumindo das prateleiras.

O empréstimo de obras, que ficam em prateleiras abertas ao público, não requer cadastro nem prazo de devolução.

Em três das dez tubotecas, mantidas pela prefeitura, a Folha encontrou as prateleiras vazias. Cada ponto tem capacidade é para 150 livros.

Cobradores das estações afirmaram que "dificilmente" os livros voltam. "Nunca vi devolverem", disse um deles.

Como não há prazo para a devolução, a prefeitura não fala em furtos. Afirma que as prateleiras demonstram o sucesso do projeto.

"Qualquer página lida é uma vitória num país de poucos leitores", diz Marcos Cordiolli, presidente da Fundação Cultural de Curitiba, vinculada à administração.

"A proposta é diferente das bibliotecas, que precisam de um acervo. O importante é fazer o livro circular."

Os livros disponíveis foram recebidos por doações. A maioria é de literatura nacional e áreas de história e ciência. Até o final do ano, a meta é chegar a 100 mil livros.

Em outra tuboteca, essa com obras disponíveis nas prateleiras, a reportagem encontrou a auxiliar administrativa Maira Umlauf, 29, devolvendo um livro e escolhendo outro.

Ela já pegou nove emprestados e doou cinco. Quando faz a doação, adota uma prática comum: coloca nas páginas os dizeres "Pertence à Tuboteca". "Eu sempre escrevo, para que as pessoas saibam que é público", diz.


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