Folha de S. Paulo


Quadrilha incendiou dentista porque ela só tinha R$ 30, diz delegado

A quadrilha que ateou fogo e matou uma dentista em um assalto no início da tarde desta quinta-feira, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), cometeu o crime porque ela só tinha R$ 30, disse o delegado Roberto Bueno de Menezes.

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Cinthya Magaly Moutinho de Souza foi morta no consultório dela, na rua Copacabana, Jardim Anchieta, por volta das 12h20, segundo a Polícia Militar. Ela teve o corpo incendiado com álcool e morreu no local do crime.

Segundo o delegado responsável pelas investigações do caso, o primeiro suspeito chegou ao consultório e disse à dentista que queria fazer uma consulta. Em seguida, um comparsa dele também entrou no local e anunciou o assalto. Eles encontraram um cartão bancário na bolsa dela e pediram a senha para fazer saques.

Uma testemunha que estava no consultório relatou à polícia que foi vendada e também teve pertences roubados, como relógio e celular. Ela afirmou que a dentista disse à dupla que a conta não tinha dinheiro, mas os bandidos insistiram e ao menos um deles tentou fazer saques em um caixa eletrônico de uma loja de conveniência de um posto de combustíveis na região.

Minutos depois, o suspeito voltou e disse que só tinha R$ 30 no banco e queria mais dinheiro ou atearia fogo nela. Como a mulher insistiu que não tinha mais, um dos bandidos jogou álcool na dentista e ateou fogo antes de fugir.

A polícia trabalha com a hipótese de que o crime tenha sido cometido por quatro pessoas. Uma pessoa que estava próxima ao local do crime relatou ter visto os suspeitos fugirem em um Audi A3 preto com os vidros filmados. Ela disse que o carro parou na contramão da rua onde fica o consultório, quando três pessoas entraram no veículo e saíram rapidamente.

A ocorrência foi atendida por policiais da segunda companhia do 6º BPM e foi registrada no 2º DP (Rudge Ramos).

Reprodução/Record
Interior da clínica da dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, morta queimada durante assalto na Grande São Paulo
Interior da clínica da dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, morta queimada durante assalto na Grande São Paulo

LATROCÍNIOS

Na manhã de hoje, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo divulgou os números das ocorrências registradas em março em todo o Estado.

Nos três primeiros meses deste ano, São Bernardo do Campo registrou três casos de latrocínio --roubo seguido de morte. Um a mais em relação ao mesmo período do ano passado.

O número de latrocínios também aumentou na cidade de São Paulo. Em março do ano passado, foram registrados oito casos. No mesmo período de 2013, foram 10. Em todo o Estado, houve queda no índice de 5,5% --de 34 casos para 36 no mês passado.

Segundo os dados, o número de roubos a veículo aumentou 2,4% na capital, em março. O de furtos a carros, porém, diminuiu 4% em comparação com o mesmo mês de 2012.

Também diminuiu o total de roubos na capital, segundo a Secretaria da Segurança Pública --uma queda de 4.14%. Os números incluem roubos de cargas e a bancos.

Reprodução/Arquivo Pessoal
Dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, 46, morreu queimada em seu consultório na Grande São Paulo porque só tinha R$ 30
Dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, 46, morreu queimada em seu consultório na Grande São Paulo porque só tinha R$ 30

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