Folha de S. Paulo


Vereadores de SP abordam flanelinhas que alugam vagas na av. Faria Lima

Quatro vereadores de São Paulo foram à região da avenida Faria Lima para conversar com flanelinhas que atuam no local. A "visita" ocorreu após a Folha revelar que escritórios alugam vagas de flanelinhas em vias públicas da região.

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Os vereadores Ricardo Nunes (PMDB), Conte Lopes (PTB), Rubens Calvo (PMDB) e Paulo Batista dos Reis (PT), que fazem parte da CPI dos Estacionamentos, abordaram três flanelinhas nas rua Sampaio Vidal e Eliza Pereira de Barros, que cruzam a Faria Lima. Um deles fugiu.

"Ás quintas, nós temos as reuniões da CPI do estacionamento. Nós lemos a matéria da Folha e achamos apropriado ir até o local verificar, já que se trata de estacionamento em espaço público. Locação de espaço público para estacionamento é ilegal. A CPI dos estacionamentos tem alguns poderes que nos permitem o exercício da fiscalização", disse o vereador Ricardo Nunes.

Um dos flanelinhas abordados, Dario Machado de Oliveira, 53, conversou com os vereadores. Ele contou que recebe de R$ 30 a R$ 60 para reservar vagas para pessoas que trabalham em escritórios da região.

Com ele, havia seis chaves de carros estacionados nas proximidades. Oliveira disse, também, que os profissionais ligam para ele quando saem do escritório e pedem para que ele leve o carro até a porta do trabalho.

Os vereadores pediram, então, para que o guardador ligasse para os clientes. Um atendeu e disse que não poderia falar porque estava em uma reunião. O outro desligou o telefone.

Os flanelinhas abordados foram intimados a prestar esclarecimento na CPI.

VAGAS

Nesta quinta-feira, a Folha revelou que flanelinhas chegam a reservar 15 vagas para empresas da região da Faria Lima.

Na região, área nobre de São Paulo, a mensalidade de um estacionamento pode alcançar R$ 600.

A rotina desses guardadores inclui chegar mais cedo para reservar vaga na rua, ficar com as chaves dos carros e estacioná-los com bastante espaço uns dos outros -para encaixar os próximos veículos que chegam.

Um dos principais diferenciais é a clientela, formada por escritórios de advocacia e arquitetura, que pagam mensalidades entre R$ 100 e R$ 320 por vaga -e ganham até recibo do flanelinha.

Colaborou ANA KREPP


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