Folha de S. Paulo


Defensoria pede indenização para familiares das vítimas da Kiss

A Defensoria Pública entregou à Justiça uma ação civil pública na tarde desta quarta-feira pedindo indenização às vítimas e familiares das vítimas do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria (RS). O ingresso da ação no fórum da cidade ocorre no dia em que completa dois meses o acidente que matou 241 pessoas.

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A ação pede que as vítimas e familiares de vítimas sejam ressarcidos de danos morais individuais e coletivos, danos materiais, lucros cessantes, pensão, alimentos, auxílio-funeral, despesas com atendimentos médicos e psicológicos e ainda danos estéticos causados em frequentadores da casa noturna.

Segundo a Defensoria Pública, são apontados como responsáveis na ação os sócios da empresa que administra a Kiss, o Estado do Rio Grande do Sul e o Município de Santa Maria.

No início de fevereiro, a Justiça já tinha bloqueado bens e contas bancárias de quatro pessoas ligadas à administração da boate, incluindo Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr, sócios que estão presos.

No início da semana, a Polícia Civil encerrou o inquérito sobre o incêndio e indiciou 16 pessoas. Entre os responsabilizados, estão os quatro suspeitos presos, administradores da casa noturna, bombeiros, dois secretários municipais e funcionários da prefeitura.

Apesar dos 16 indiciamentos, a polícia concluiu que há a responsabilidade de 28 pessoas, incluindo o prefeito Cezar Schirmer (PMDB), que não foi indiciado devido ao foro privilegiado. O inquérito será remetido ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul para que seja avaliado o envolvimento do prefeito.

INCÊNDIO

O incêndio ocorreu no dia 27 de janeiro e provocou 241 mortes. Centenas de sobreviventes ficaram feridos, incluindo cerca de 140 que precisaram ser hospitalizados.

O fogo começou por volta das 3h, quando um integrante da banda Gurizada Fandangueira, que fazia um show no local, acendeu um artefato pirotécnico. Faíscas atingiram uma espuma usada como revestimento acústico, que começou a queimar. Uma espessa fumaça preta tomou conta de todo o ambiente da casa noturna em poucos minutos, intoxicando os frequentadores.

Desde o dia seguinte à tragédia, estão presos os sócios da boate Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr, o vocalista da banda Marcelo Jesus dos Santos e o produtor Luciano Bonilha Leão.

O inquérito será levado ao Ministério Público, que vai analisar as provas e decidir se denuncia (acusa formalmente) os suspeitos à Justiça.

Editoria de Arte/Folhapress
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