Folha de S. Paulo


Roupas achadas no Aconcágua não são de brasileiro, afirma parque

Funcionários do parque onde fica o monte Aconcágua, na Argentina, informaram ao governo brasileiro que a jaqueta e o gorro encontrados nesta terça-feira por equipes de resgate não foram usados pelo alpinista paraibano Josenildo Correia da Silva, 48, desaparecido há seis dias.

Brasileiro está desaparecido no Monte Aconcágua, na Argentina

A mulher de Silva, Alessandra Pereira, 35, dizia acreditar que o material fosse do marido. "Estávamos até otimistas, mas depois que chegou essa notícia, cada dia que passa a gente vai perdendo a força", afirmou ela à Folha nesta terça-feira, antes da divulgação da informação sobre a origem das peças de roupa.

Porém, segundo o Itamaraty, a Guarda Florestal do parque disse que os objetos "não batem" com os que o alpinista alugou antes de iniciar a subida ao pico mais alto das Américas.

O consulado do Brasil em Mendoza diz que a informação sobre o locatário partiu da loja de aluguel de equipamentos de escalada.

Silva é funcionário de uma distribuidora de bebidas em Guarabira (PB), a 104 km de João Pessoa. Ele iniciou a escalada com um grupo de brasileiros, mas estava somente com mais uma pessoa na reta final da subida.

O colega que o acompanhava desistiu de seguir em frente e Silva continuou o trajeto. Desde então, ele não foi mais visto pelo grupo.

Reprodução/Facebook
Josenildo Correia da Silva está desaparecido no Aconcágua, na Argentina
Josenildo Correia da Silva está desaparecido no Aconcágua, na Argentina

O consulado brasileiro em Mendoza foi informado do desaparecimento na última sexta-feira (8). O gorro e a jaqueta foram encontrados a uma altura de cerca de 3.000 metros.

"A cidade inteira está em oração, se mobilizando. A mídia daqui também", disse Alessandra, que tem uma filha de dez anos com o alpinista. Silva também tem outros dois filhos de um relacionamento anterior.

Alessandra disse que escalar o monte Aconcágua era um sonho do marido. "Esse era o sonho dele, e ele conseguiu, pelo que eu entendi. Chegaram a vê-lo retornando do cume [do monte], com um rosto bem feliz."

O Itamaraty informou que continuará acompanhando o caso e dando o suporte necessário.

Nas redes sociais, o paraibano publicou fotos de aventuras passadas, em subidas como a da montanha Bonete, na cordilheira dos Andes, e no monte Elbrus, o mais alto da Rússia.

"O psicológico conta mais que tudo, travamos uma batalha mental, sigo ou retorno!", escreveu Silva em comentário com amigos sobre a viagem ao Aconcágua. (NELSON BARROS NETO)


Endereço da página:

Links no texto: