Folha de S. Paulo


Equipes acham jaqueta e gorro de brasileiro no Aconcágua, diz mulher

Equipes que atuam nas buscas pelo alpinista brasileiro desaparecido há seis dias no monte Aconcágua, o mais alto das Américas, localizaram nesta terça-feira (12) uma jaqueta e um gorro que eram usados por ele.

Material achado no Aconcágua não é de brasileiro, afirma parque

A informação é da mulher de Josenildo Correia da Silva, 48, que é casada há 15 anos com o alpinista --um funcionário de uma distribuidora de bebidas em Guarabira (PB), a 104 km de João Pessoa.

"Estávamos até otimistas, mas depois que chegou essa notícia, cada dia que passa a gente vai perdendo a força", afirmou à Folha a administradora Alessandra Pereira, 35.

Reprodução/Facebook
Josenildo Correia da Silva está desaparecido no Aconcágua, na Argentina
Josenildo Correia da Silva está desaparecido no Aconcágua, na Argentina

Segundo informações do Itamaraty, Silva iniciou a escalada com um grupo de brasileiros, mas estava somente com mais uma pessoa na reta final da subida.

O colega que o acompanhava desistiu de seguir em frente e Silva continuou o trajeto. Desde então, ele não foi mais visto pelo grupo.

O consulado brasileiro em Mendoza foi informado do desaparecimento na última sexta (8). O gorro e a jaqueta foram encontradas a uma altura de cerca de 3.000 metros.

"A cidade inteira está em oração, se mobilizando. A mídia daqui também", diz Alessandra, que tem uma filha de dez anos com o alpinista. Silva também tem outros dois filhos de um relacionamento anterior.

Alessandra diz que escalar o monte Aconcágua era um sonho do marido. "Esse era o sonho dele, e ele conseguiu, pelo que eu entendi. Chegaram a vê-lo retornando do cume [do monte], com um rosto bem feliz."

Outro desejo antigo de Josenildo era que ela também participasse das escaladas. "Mas nunca tive coragem nem condições [financeiras]. É algo muito caro", diz.

O Itamaraty informou que está acompanhando o caso e dando o suporte necessário.

Nas redes sociais, o paraibano postou fotos de aventuras passadas, em subidas como a da montanha Bonete, na cordilheira dos Andes, e no monte Elbrus, o mais alto da Rússia.

"O psicológico conta mais que tudo, travamos uma batalha mental, sigo ou retorno!", postou Silva em comentário com amigos sobre a viagem ao Aconcágua.


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