Folha de S. Paulo


Boate Kiss tinha mais de mil clientes no dia do incêndio, diz polícia

A poucos dias de concluir o inquérito sobre o incêndio da boate Kiss, em Santa Maria (RS), a Polícia Civil gaúcha afirma que havia mais de mil pessoas na casa noturna na madrugada de 27 de janeiro, quando ocorreu o incidente que causou a morte de 241 pessoas.

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Segundo o delegado Sandro Meinerz, responsável pelo inquérito, o cálculo foi feito com base no número de mortos, de pessoas que receberam atendimento médico em decorrência do incêndio e dos que depuseram à polícia sobre o episódio. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a boate estava autorizada a receber até 691 pessoas.

Ainda de acordo com o delegado, o número de comandas utilizadas na noite do incêndio não foi levado em conta na estimativa. Segundo ele, as comandas não possuíam nomes de clientes e, por isso, não trouxeram informações relevantes à investigação.

Jader Marques, advogado de Elissandro Spohr, um dos sócios da Kiss, contestou o cálculo. "Essa estimativa está muito além da quantidade e a fonte utilizada para chegar a este número não tem nenhuma confiabilidade", disse.

De acordo com o advogado, a Polícia Civil teria levado em conta no cálculo o número de pessoas cadastradas em uma espécie de lista de presença on-line, em que usuários que pretendiam ir à boate se inscreveriam. O delegado Sandro Meinerz negou a informação.

INQUÉRITO

A expectativa da polícia é de que o inquérito seja encerrado até quarta-feira (15), quando devem ser concluídos os últimos laudos periciais.

Quatro suspeitos tiveram prisão temporária decretada no dia seguinte ao incêndio: Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, sócios da Kiss, e Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão, da banda Gurizada Fandangueira.

No último dia 1º, a prisão temporária dos suspeitos foi convertida em preventiva. A prisão temporária tem prazo para terminar, enquanto a preventiva pode se prolongar durante todo o processo penal.

Editoria de Arte/Folhapress
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