Folha de S. Paulo


Advogado de Bruno diz que vai recorrer após condenação do jogador

O advogado Lúcio Adolfo da Silva, afirmou na madrugada desta sexta-feira que vai recorrer da decisão que condenou o goleiro Bruno Fernandes de Souza a 22 anos e nove meses pelo homicídio de sua ex-amante Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere do filho que ele teve com ela.

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Segundo o advogado, a sentença "não foi justa" porque, na concepção dele, o jogador revelou mais sobre o caso do que seu ex-assessor Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e foi menos beneficiado. Macarrão foi condenado a 15 anos de prisão em novembro do ano passado.

O advogado afirmou que vai argumentar em seu recurso que alguns dos jurados não eram da cidade de Contagem (MG), como deveriam ser. Ele também argumentará contra um comentário feito pelo advogado da acusação José Arteiro sobre o silêncio do réu, o que também não seria permitido segundo ele.

Pelas contas de Lúcio Adolfo, no caso de a pena ser mantida, Bruno terá que cumprir mais três anos e seis meses de prisão. Para chegar a esse número, o advogado considerou que ele deverá cumprir dois quintos da pena e descontou também o tempo já cumprido pelo jogador e benefícios, como o desconto por trabalhar na prisão.

O advogado Tiago Lenoir, que também fez parte da defesa afirmou após a leitura da sentença que está triste pela condenação de Bruno, mas feliz pela absolvição da ex-mulher do jogador, Dayanne Souza, que era acusada de sequestrar e manter em cárcere o filho do jogador com Eliza.

SENTENÇA

Na leitura da sentença, a juíza Marixa Rodrigues afirmou que Bruno "demonstrou ser uma pessoa fria, violenta e dissimulada" e acrescentou que a sociedade hoje reconheceu o envolvimento dele como mandante na "trama diabólica".

A sentença foi lida nas primeiras horas do dia da mulher. Nela, a juíza destacou que "a supressão de um corpo humano é a verdadeira violência que se faz com a matéria" e não concedeu a Bruno o mesmo benefício dado a Macarrão, de redução de pena devido à confissão do crime.

CONDENADOS

Bruno foi o terceiro condenado pelo assassinato de Eliza. Em novembro, foram julgados e condenados Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e Fernanda Castro. Macarrão, que foi secretário de Bruno, foi condenado a 15 anos de prisão, sendo 12 em regime fechado pelo homicídio de Eliza.

Fernanda era a ex-namorada do goleiro. Ela foi condenada a cinco anos de prisão em regime aberto pelo sequestro e cárcere privado de Eliza.

Macarrão teve oito anos de redução na sua pena (de 20 para 12 anos) porque apontou o goleiro como o mentor da morte.

NOVOS JULGAMENTOS

O próximo réu desse caso a ser julgado será o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Ele foi denunciado como o executor de Eliza. No seu interrogatório, Bruno apontou Bola como o matador contratado.

Em maio, serão julgados por sequestro e cárcere privado do bebê Wemerson Marques de Souza e Elenilson Vítor da Silva. Eles trabalhavam para Bruno. (PAULO PEIXOTO, ROGÉRIO PAGNAN e MARINA GAMA)

Editoria de Arte/Folhapress

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