Folha de S. Paulo


Defesa de Bruno diz que investigação está incompleta e aponta lacunas

O advogado Lúcio Adolfo da Silva, que defende o goleiro Bruno Fernandes de Souza, afirmou na noite desta quinta-feira, durante os debates entre acusação e defesa, que a investigação sobre a morte da ex-amante do jogador, Eliza Samudio, ainda está incompleta e apresentou o que ele considera serem lacunas na história.

Acompanhe a cobertura completa
Veja a cobertura em tempo real do julgamento
Conheça o local onde acontece o júri popular do goleiro
'Brasil vai virar cemitério de mulheres', diz acusação
Defesa usou 'Fantástico' para tentar influenciar jurados
Defesa de Bruno tenta eliminar agravante de acusação

Os debates foram encerrados por volta das 23h20. Em seguida, os jurados --cinco mulheres e dois homens-- decidirão, em uma sala secreta, se Bruno é culpado. Ele é acusado de envolvimento na morte de Eliza, já sua ex-mulher, Dayanne Souza, é acusada pelo sequestro e cárcere privado do filho da ex-modelo com o jogador.

O defensor citou durante a tréplica do debate uma matéria da Folha e apontou alguns pontos não analisados pela investigação. Entre eles, está a possível participação do policial civil José Lauriano de Assis Filho, 47, o Zezé, no crime. Ele ainda está sendo investigado pela Polícia Civil a pedido do Ministério Público.

Outro problema levantado seria a falta da quebra do sigilo bancário para saber se houve o pagamento de R$ 30 mil na morte de Eliza, como se sustenta, e ainda o depoimento do primo de Bruno, adolescente na época, tomado sem a presença de advogado, o que é proibido.

A defesa também tentou mais uma vez convencer os jurados de que Bruno teve uma participação menor no crime, e não foi o mandante, como afirmou o seu ex-assessor Luiz Henrique Romão, o Macarrão, que é apontado por Bruno como o verdadeiro mandante do crime.

Em sua primeira participação nos debates, o advogado já tinha contestar as três qualificadoras do crime de homicídio de Eliza, que podem elevar a pena do goleiro em caso de condenação. São elas: meio cruel, sem chance de defesa e motivo torpe.

Quanto ao meio cruel, Lúcio Adolfo afirmou que a inexistência de um corpo para ser examinado impossibilita saber a exata causa da morte de Eliza, que é apontada como asfixia no laudo da morte. Ele destaca ainda que o laudo se baseia apenas no depoimento do primo do jogador Jorge Luiz Rosa.

A defesa tentou convencer os jurados ainda que a acusação não embasa no processo o agravante que afirma que Eliza não teve chance de defesa e acrescentou que o crime não se tratou de motivo torpe, uma vez que já havia um acordo firmado entre o jogador e Eliza para que fosse feito o exame de DNA para confirmar a paternidade do filho dela.

Editoria de Arte/Folhapress
Clique para ler
Clique para ler

Endereço da página:

Links no texto: