Folha de S. Paulo


Defesa de Bruno usou 'Fantástico' para tentar influenciar júri, diz promotor

O promotor Henry Vasconcelos disse nessa quinta-feira que a defesa do goleiro Bruno Fernandes de Souza utilizou o "Fantástico", da TV Globo, para tentar influenciar os jurados que participariam do julgamento. A afirmação foi feita durante os debates entre acusação e defesa que ocorre desde a manhã de hoje.

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Segundo Vasconcelos, os advogados de Bruno apresentaram Jorge Luiz Rosa, o primo do goleiro, para uma entrevista ao programa na tentativa de incriminar o ex-assessor do atleta, Luiz Henrique Romão, o Macarrão. A entrevista foi ao ar no último domingo (3), na véspera do início do julgamento.

No programa, Jorge criticou Macarrão e, segundo a reportagem, mudou a versão várias vezes. Na última, disse que não havia como Bruno não desconfiar do crime. O primo do goleiro estava arrolado como testemunha de defesa, mas não compareceu ao julgamento, iniciado na última segunda-feira (4).

Foi Jorge, adolescente na época do crime, que contou detalhes do sequestro e morte da ex-amante de Bruno, Eliza Samudio, após um amigo da família contar o caso na rádio Tupi, do Rio. O rapaz cumpriu medida socioeducativa por participação no episódio e foi solto no ano passado.

DEBATE

O promotor concluiu sua participação durante a réplica por volta das 20h50, quando foi iniciado o pronunciamento da defesa. As duas partes já tinham falado em um primeiro momento do debate.

O advogado Lúcio Adolfo da Silva, que defende o goleiro, aproveitou a primeira parte dos debates para contestar provas apresentadas pela acusação e tentar eliminar as qualificadoras do crime de homicídio --meio cruel, sem chance de defesa e motivo torpe--, que podem elevar a pena em caso de condenação.

Quanto ao meio cruel, Lúcio Adolfo afirmou que a inexistência de um corpo para ser examinado impossibilita saber a exata causa da morte de Eliza, que é apontada como asfixia no laudo da morte. Ele destaca ainda que o laudo se baseia apenas no depoimento do primo do jogador Jorge Luiz Rosa.

A defesa tentou convencer os jurados ainda que a acusação não embasa no processo o agravante que afirma que Eliza não teve chance de defesa e acrescentou que o crime não se tratou de motivo torpe, uma vez que já havia um acordo firmado entre o jogador e Eliza para que fosse feito o exame de DNA para confirmar a paternidade do filho dela.

Editoria de Arte/Folhapress
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ACUSAÇÃO

A Promotoria falou antes e tentou convencer os jurados de quem Bruno estava no controle da trama, já que Macarrão retornou para o Rio de Janeiro no dia 7 de junho --três dias antes do crime--, deixando o goleiro sozinho. Ele retornou para o sítio no dia 8.

O promotor pediu, no entanto, que os jurados absolvam Dayanne. De acordo com ele, a ex-mulher de Bruno se encontrava numa situação insuportável, sob constrangimento e ameaça do ex-policial José Lauriano, o Zezé --que é alvo de uma investigação complementar realizada pela Polícia Civil a pedido do Ministério Público.

Enquanto Bruno é acusado de envolvimento no desaparecimento e morte de Eliza, Dayanne é acusada pelo sequestro e cárcere privado do filho da ex-modelo com o jogador.


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