Folha de S. Paulo


Defesa diz que única prova contra goleiro Bruno veio de negociata

O advogado Lúcio Adolfo, que defende o goleiro Bruno Fernandes de Souza, disse nesse quarto dia de julgamento que a única prova de que o jogador foi mandante da morte da ex-amante do atleta, Eliza Samudio, foi obtida por meio de uma negociata: o depoimento de Luiz Henrique Romão, o Macarrão.

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"Um acordo escuso, imoral e ilegal", afirmou o advogado durante o debate entre defesa e acusação que ocorre desde o fim da manhã desta quinta-feira. O acordo a que ele se refere teria sido firmado entre a defesa de Macarrão e a Promotoria para que ele delatasse do goleiro.

Macarrão foi condenado a 20 anos de prisão pela participação na morte da ex-amante de Bruno, mas teve sua pena reduzida para 12 anos em razão de sua confissão. Ele apontou seu ex-patrão como o mentor do crime. Outros três anos foram acrescidos à pena pelo crime de sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela.

Adolfo também apontou supostas irregularidades no processo como o desaparecimento de volumes que, segundo ele, a juíza Marixa Rodrigues lhe explicou terem desaparecido durante o manuseio pelas partes no último julgamento. A magistrada não contestou.

O defensor também acusa a Promotoria de ter usado a imprensa para solidificar uma história de culpa contra o goleiro. Ao todo, a defesa de Bruno e de sua ex-mulher, Dayanne Souza, tem duas horas e meia para convencer os jurados da inocência do casal.

ACUSAÇÃO

A Promotoria falou antes e tentou convencer os jurados de quem Bruno estava no controle da trama, já que Macarrão retornou para o Rio de Janeiro no dia 7 de junho --três dias antes do crime--, deixando o goleiro sozinho. Ele retornou para o sítio no dia 8.

O promotor Henry Vasconcelos pediu, no entanto, que os jurados absolvam Dayanne. De acordo com ele, a ex-mulher de Bruno se encontrava numa situação insuportável, sob constrangimento e ameaça do ex-policial José Lauriano, o Zezé --que é alvo de uma investigação complementar realizada pela Polícia Civil a pedido do Ministério Público.

Enquanto Bruno é acusado de envolvimento no desaparecimento e morte de Eliza, Dayanne é acusada pelo sequestro e cárcere privado do filho da ex-modelo com o jogador.

Editoria de Arte/Folhapress
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