Folha de S. Paulo


Advogado diz que repercussão ruim levou Bruno a fazer declaração

O advogado Lúcio Adolfo da Silva afirmou que a repercussão ruim que o interrogatório de Bruno Fernandes de Souza na quarta-feira (6) teve na imprensa, o levou a convencer o ex-jogador do Flamengo a fazer uma nova declaração de confissão nesta quinta (7).

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"Eu acordei hoje e vi na imprensa que Bruno não tinha feito uma confissão. Então, procurei o Bruno e conversei com ele, disse que era importante ele falar, deixar claro", disse o advogado, que espera que a declaração do goleiro possa ter surtido algum efeito que beneficie seu cliente.

Bruno deu uma única declaração perante os jurados. Perguntado por Silva se ele sabia que Eliza Samudio iria morrer, ele disse: "Sabia e imaginava, pelas constantes brigas [com Macarrão] e por ter entregado a Macarrão o dinheiro [os R$ 30 mil, que teriam sido repassados a Eliza]".

A defesa de Bruno tenta reduzir a condenação dele, alegando que ele teve uma "participação menor" na morte de Eliza.

DEBATES

Os jurados do julgamento do goleiro Bruno Fernandes de Souza devem decidir hoje se o jogador mandou ou não matar Eliza Samudio em junho de 2010.

Ontem, o promotor Henry Vasconcelos afirmou que espera uma pena exemplar ao goleiro e disse que quer pelo menos 30 anos de prisão ao réu.

Hoje os debates entre acusação e defesa podem chegar até nove horas de duração. Antes do debate iniciar, os acusados podem pedir a palavra para se manifestarem perante os jurados. Será a última chance deles de se manifestar.

O primeiro a falar ao júri será a acusação. A Promotoria e o advogado que representa a família de Eliza terão, ao todo, duas horas e meia para exporem sua argumentação ao júri. Em seguida será a vez dos advogados de Bruno e Dayanne falarem no plenário. Encerrada a primeira etapa, a acusação poderá pedir ainda réplica e a defesa terá direito à tréplica --tendo cada etapa mais duas horas.

O advogado de Bruno, Lúcio Adolfo da Silva, disse que usaria três estratégias, sendo que a primeira seria convencer os jurados da inocência de seu cliente. O fato é que ontem, Bruno admitiu não só que soube do assassinato de Eliza no próprio dia do crime, mas também que foi omisso e se beneficiou da morte da ex-modelo.

Dessa forma, a defesa do goleiro deve passar para as segunda e terceira estratégias, que é apontar Bruno como um participante menor dos fatos. Isso mais a eliminação dos agravantes e do crime de ocultação de cadáver, segundo a defesa, reduziria bastante a pena do goleiro. (PAULO PEIXOTO, MARINA GAMA E ROGÉRIO PAGNAN)

Editoria de Arte/Folhapress
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