Folha de S. Paulo


Bruno pode não responder à juíza e ao promotor; júri começa às 13h

O goleiro Bruno Fernandes de Souza poderá não responder aos questionamentos da juíza Marixa Rodrigues e do promotor Henry Wagner Vasconcelos no tribunal do júri de Contagem (MG) na tarde desta quarta-feira (6).

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O ex-jogador do Flamengo poderá responder aos questionamentos apenas do seu advogado Lúcio Adolfo Silva. A informação foi dada à Folha pelo próprio advogado de Bruno, que pretende conversar com o goleiro antes de ele chegar ao tribunal.

Não responder aos questionamentos do promotor é praticamente certo. "Se eu sentir que ele está seguro para falar na linha do que nós traçamos, ele poderá responder ao interrogatório da juíza", afirmou o advogado, que não adianta qual será o teor do depoimento do goleiro.

A sessão com o depoimento de Bruno está prevista para começar às 13h desta quarta-feira (6). Apenas o jogador será ouvido no plenário hoje e a previsão é que os debates entre acusação e defesa sejam realizados amanhã. O advogado Tiago Lenoir, que defende o goleiro, afirmou ao término do segundo dia de julgamento, que o relato do cliente será esclarecedor..

Existe a expectativa de que Bruno confesse a morte de Eliza, mas poderá jogar a responsabilidade para o seu ex-secretário Luiz Henrique Romão, o Macarrão --que em novembro confessou o crime e jogou a responsabilidade para o seu ex-patrão, acusando-o de ser o mandante.

A estratégia da defesa é tentar eliminar todas as acusações que possam causar uma condenação superior a 20 anos ao goleiro. O advogado trabalha com a tese de uma "participação menor" no crime. Ou seja, soube, mas não participou ativamente.

Por sua vez, o promotor Henry Vasconcelos disse que vai trabalhar para que Bruno seja condenado com todos os agravantes do crime.

O interrogatório de Bruno deve começar por volta das 13h30.

GIL RUGAI

Gil Rugai, julgado em São Paulo no final de fevereiro pelas mortes de seu pai e da madrasta em 2008, também decidiu ficar calado durante os questionamentos da acusação e do juiz em seu julgamento.

Entretanto, a estratégia parece não ter dado certo e o jovem foi condenado a 33 anos e 9 meses de prisão --ele ganhou o direito de recorrer em liberdade. Caso o recurso da defesa de Rugai seja negado, o ex-seminarista terá que cumprir, no mínimo, um sexto da pena, o que equivale a 5 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão em regime fechado.

Em sua decisão, o juiz Simoni afirmou que Rugai manteve, em todos os dias do julgamento, uma "aparência de bom moço, o que demonstra sua personalidade intensamente dissimulada". Ainda segundo o magistrado, isso confirma que o ex-seminarista é uma pessoa "extremamente perigosa". (PAULO PEIXOTO, ROGÉRIO PAGNAN, MARINA GAMA)


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