Folha de S. Paulo


Juíza do caso Eliza Samudio acusa defesa de Bola de 'tumultuar' júri

O julgamento do goleiro Bruno Fernandes de Souza, iniciado na manhã desta segunda-feira (4), teve a primeira discussão entre a juíza Marixa Rodrigues e o polêmico advogado Ércio Quaresma, que agora defende o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. A magistrada acusou o defensor de querer tumultuar a sessão do julgamento.

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Quaresma, que na última sexta-feira (1) obteve autorização do TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) para interrogar as testemunhas arroladas pela defesa e acusação, quis também arrolar novas testemunhas no processo, mas a juíza lhe disse que esse não é o momento para a defesa de Bola fazer isso.

Em seguida, Quaresma pediu que a juíza disponibilizasse para ele todos os vídeos e áudios do processo para ele pudesse se municiar de informações para o interrogatório das testemunhas arroladas no julgamento desta semana.

Mais uma vez a juíza negou o pedido e disse que as degravações fazem parte do processo e que o advogado já teve acesso a todas elas.

"O senhor está tumultuando. Eu tenho o direito de trabalhar", disse a juíza a Quaresma, em mais um embate entre eles.

Desde o início desse caso, ainda em 2010, o advogado cria tumultos no plenário do Tribunal de Júri de Contagem (MG). Ainda na fase preliminar, ele dormiu e roncou no plenário, sendo advertido pela juíza. Na época, ele defendia Bruno.

As polêmicas do advogado acabaram fazendo com que Bruno trocasse de defensor. Destituído, ele se associou aos outros dois defensores de Bola.

Em novembro passado, durante a tentativa de julgamento de Bruno, Bola e Luiz Henrique Romão, o Macarrão, Quaresma criou várias dificuldades e polêmicas. Por fim, ele e seus colegas abandonaram a defesa de Bola. Foi uma estratégia para adiar o julgamento --em seguida, o mesmo ocorreu com Bruno.

Na ocasião, a juíza Marixa Rodrigues disse que não aceitaria mais os defensores, que outros teriam que ser nomeados.

No dia 3 de dezembro, segundo o TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), Quaresma e o advogado Fernando Magalhães entraram com uma petição pleiteando o retorno ao caso. O pedido foi aceito pela mesma juíza. (PAULO PEIXOTO, ROGÉRIO PAGNAN e MARINA GAMA)

Editoria de Arte/Folhapress
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