Folha de S. Paulo


Cadastro para atendimento clínico de vítimas da boate Kiss começa na segunda

Pessoas que tiveram contato com gases tóxicos produzidos pela fumaça do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), podem se cadastrar a partir de segunda-feira (4) para um mutirão de atendimento clínico e psicossocial promovido pelo Ministério da Saúde.

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O mutirão se destina tanto aos pacientes internados e que tiveram alta quanto às pessoas que estavam na boate ou que participaram do resgate e tiveram contato com a fumaça tóxica liberada durante o incêndio, além de parentes. As consultas, de acordo com a pasta, começam no próximo sábado (9) no Hospital Universitário de Santa Maria.

Serão consideradas três prioridades: pacientes que foram internados com comprometimento pulmonar e/ou queimaduras; pessoas que tiveram contato na boate com os gases e inalantes; e amigos e parentes das vítimas que precisam de apoio psicológico.

Pacientes que ficaram internados em situação mais grave terão prioridade na avaliação clínica. Todas as pessoas que procurarem o serviço serão submetidas a uma triagem inicial para a realização de exames e a definição do procedimento clínico que será adotado.

Quem teve contato com os gases tóxicos produzidos pela fumaça do incêndio mas não desenvolveu quadro pulmonar grave e, portanto, não foi internado também será chamado para avaliação clínica e pulmonar no hospital.

Dados do governo federal indicam que 570 vítimas do incêndio foram atendidas pelos serviços de saúde de Santa Maria. Entre os dias 1º e 25 de fevereiro, foram realizados mais de 1.300 atendimentos psicossociais. Ao todo, 240 pessoas morreram
na tragédia.

PRISÃO PREVENTIVA

A Justiça do Rio Grande do Sul decretou nesta sexta-feira (1°) a prisão preventiva de quatro suspeitos presos após o incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, em janeiro.

Estão detidos desde o dia seguinte à tragédia o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo Jesus dos Santos, o produtor do grupo, Luciano Bonilha Leão, e dois sócios da casa noturna: Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr.

Os quatro permaneciam presos devido a uma ordem de prisão temporária, que venceria já no próximo domingo.

LAUDOS

Os policiais pretendem colher novos depoimentos dos suspeitos presos. A data do encerramento do inquérito que apura as circunstâncias do incêndio ainda não está definida. Havia a previsão de terminar a investigação nesta semana, mas o prazo foi estendido.

A polícia fala agora em mais dez dias de apuração. Além do grande número de depoimentos, também pesa a quantidade de análise de documentos, como licenças.

Um outro fator é a chegada de laudos com resultados de perícias. Os policiais aguardam os resultados de exames, feitos pelo Instituto Geral de Perícias do Estado, que vão apontar as causas das mortes, informação imprescindível para as conclusões do inquérito.

Segundo o delegado Meinerz, já há a informação preliminar dos peritos de de que vítimas morreram intoxicadas com cianeto, gás liberado durante o incêndio da casa noturna.

Com essa confirmação, haverá um agravante a ser considerado nas responsabilidades dos indiciados.

Editoria de Arte/Editoria de Arte/Folhapress

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