Folha de S. Paulo


Com vans cobrando R$ 25 durante greve, prefeito do Rio reclama de 'extorsão'

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), afirmou neste sábado que considera uma "extorsão" o aumento de tarifas praticado por algumas vans da cidade durante a greve dos ônibus. A paralisação teve início na madrugada da última sexta-feira e prejudica cerca de 4 milhões de passageiros.

"Soube da cobrança de R$ 25, isso é extorsão, um desrespeito com a população", afirmou durante visita ao Museu de Arte do Rio (MAR), na região portuária, com a participação de professores e familiares convidados.

A tarifa das vans não é tabelada na cidade, mas o preço médio é de R$ 7. A cobrança de R$ 25 teria ocorrido por vans que fazem o trajeto entre Santa Cruz, zona oeste, e o centro.

Para o prefeito, a categoria "perdeu uma ótima oportunidade de mostrar que tinha um serviço a prestar".

Paes disse que mais uma vez ficou claro que a determinação da prefeitura de organizar a categoria é correta. "Temos que partir para um modelo em que eles não serão mais um transporte alternativo, mas sim um transporte complementar regulado."

O governo municipal criou a Coordenadoria Especial de Transporte Complementar, que irá implantar um novo modelo de operação de vans neste ano. A coordenadoria deve começar a atuar entre abril e maio. Além de fiscalizar, irá também estabelecer regras. As vans passarão a aceitar o bilhete único. A tarifa do ônibus hoje na cidade é de R$ 2,75.

GREVE

O prefeito disse ainda que a prefeitura está monitorando a greve e afirmou que é inaceitável que a população fique sem transporte. "Esperamos que os grevistas cumpram a determinação judicial e coloquem 80% da frota nas ruas".

Na noite de sexta-feira (1°), a Justiça do Trabalho determinou que 80% da frota volte a circular. O sindicato informa que não cumpriu a medida porque ainda não foi notificado.

Paes diz que haverá punições se a determinação não for cumprida e acrescentou que serão presos os grevistas que vandalizarem os ônibus.

Representantes do Sintraturb-Rio (Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio de Janeiro) estão reunidos hoje para definir os rumos da greve de ônibus.

A categoria pedia 23% de reajuste, mas após as primeiras negociações já aceita um aumento salarial de 15%. Os empresários mantém a proposta de 8% de reajuste. Motoristas pedem ainda a extinção da dupla função do motorista, também responsável por cobrar as passagens.

FISCALIZAÇÃO

A prefeitura do Rio afirmou que enviou 45 funcionários para fiscalizar a frota de ônibus por toda a cidade neste sábado. Estão sendo verificados os intervalos entre os ônibus em várias linhas da cidade.

O resultado parcial divulgado na manhã de hoje mostra que todos os consórcios operam com mais de 65% da capacidade.

A prefeitura informou ainda que notificou os consórcios sobre a exigência da frota completa nas ruas do Rio neste sábado.


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