Folha de S. Paulo


Jurados de Gil Rugai sentem cansaço, mas ganham ânimo na reta final

Os sete jurados do caso Gil Rugai, acusado de matar o pai e a madrasta em março de 2004, demonstraram atenção e interesse durante os cinco dias de julgamento, que começou na segunda-feira (18). Entretanto, o cansaço bateu à porta e ficou visível em algumas expressões.

Veja como é a sala onde aconteceu o júri
Análise - Silêncio do réu foi decisivo para condenação de Rugai
Gil Rugai é condenado a 33 anos, mas vai recorrer em liberdade
Rugai é condenado pelas mortes do pai e da madrasta
Advogado de defesa é aplaudido por familiares de Rugai
Decisão foi 'justa', diz promotor do caso Gil Rugai

No primeiro dia, os jurados pareciam acanhados e tímidos com uma grande plateia, incomum na maioria dos julgamentos. Na terça-feira, o primeiro sinal de cansaço dos longos depoimentos foi os queixos apoiados nos braços. Mas a liberdade também apareceu, com pessoas tirando o sapato e levando cobertor para amenizar o frio provocado pelo ar-condicionado.

Um deles passou mal por ser hipertenso e teve uma atenção especial do juiz para que o julgamento não fosse prejudicado.

Uma das juradas chegou a descansar o queixo à mesa. Ela ainda pediu para que o vizinho emprestasse um pouco da coberta para também se esquentar um pouco.

Nos dois últimos dias, foi visível o ânimo que os jurados ganharam com o interrogatório de Gil Rugai e com os debates entre defesa e acusação.

No fim, o que ficou mais visível foi a amizade entre os sete escolhidos que decidiram pela condenação de Gil, demonstrada pelos risos frequentes e trocas de ideias durante os intervalos.

CURIOSIDADES

Veja outras curiosidades que marcaram o julgamento do ex-seminarista.

Em nome da sogra - Após a leitura da sentença, o juiz Adilson Paukoski Simoni agradeceu a presença de sua sogra na plateia, despertando risadas do público e até do réu.

Plateia de peso - Estavam na plateia o promotor João Carlos Calsavara, do caso Carla Cepollina, e Roselle Soglio, uma das defensoras do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá.

Tapas e beijos - Apesar do clima acirrado entre defesa e acusação durante o julgamento, chegando à troca de ofensas, a conversa entre eles nos corredores do Fórum da Barra Funda era animada, com abraços, risadas e até discussões sobre futebol.

Amigos para sempre - Os sete jurados parecem ter criado laços durante os cinco dias de confinamento no Fórum. Antes das sessões, conversavam, davam risadas e eram simpáticos com defensores, acusadores e funcionários. Uma das juradas chegou a fazer um coração com as mãos para uma oficial de Justiça, após ganhar um chocolate.

Sempre alerta - Gil Rugai tentava se mostrar um bom-moço durante o plenário: chamava o pai de "papai", a madrasta de "Lelê" e ajudava os advogados sempre que solicitado: levava bloquinhos de anotações e documentos aos defensores enquanto eles questionavam as testemunhas do caso.

Editoria de Arte/Folhapress

Endereço da página:

Links no texto: